CPI da Pedofilia quer ouvir magistrado que criticou atuação de Magno Malta durante audiência pública em Arapiraca



A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pedofilia aprovou, nesta quarta-feira (28), a convocação do desembargador aposentado do Tribunal de Justiça de Alagoas e ex-presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), Antônio Sapucaia, para prestar depoimento. O motivo seria artigo de sua autoria em que critica a atuação do presidente da CPI, senador Magno Malta (PR-ES), na condução de audiência pública em Arapiraca (AL).

Realizada em meados deste mês, a audiência pública resultou na prisão do monsenhor Luiz Marques Barbosa, 83 anos, acusado de abuso sexual de crianças e adolescentes. Também foram presos o motorista José Reinaldo Bezerra e a assistente social Maria Isabel dos Santos, funcionários da paróquia. O requerimento de convocação foi apresentado por sugestão dos senadores José Nery (PSOL-PA) e Papaléo Paes (PSDB-AP), com apoio do vice-presidente da comissão, senador Romeu Tuma (PTB-SP).

- Não sei quem ele quer defender no artigo dele. Ele defende as crianças ou os pedófilos? - questionou Magno Malta durante reunião da comissão em que também foram aprovados requerimentos que solicitam informações sobre endereços eletrônicos suspeitos de abrigar pedófilos na internet.

No artigo, publicado na edição do último dia 25 do jornal Gazeta de Alagoas, Antônio Sapucaia, que também é escritor e jornalista, afirma que Magno Malta (PR-ES) conduziu "espetáculo deprimente, nojento, abjeto, repugnante sob todos os aspectos" na audiência pública em Arapiraca. Em sua avaliação, Magno Malta "montou o espetáculo, transformou-se no principal ator das cenas picarescas e se exibiu inteiramente à vontade", parecendo "desconhecer a ética, o respeito à sociedade" e "sem atentar para o malefício que causou e repercutiu junto aos menores de idade que têm acesso à televisão".

Ao longo do artigo, Sapucaia ressalta ainda ser "visceralmente contra a pedofilia", considerando que durante 37 anos exerceu a magistratura e, como tal, teve que se manifestar por dever de ofício "contra essas perversões sexuais e todo tipo de conduta ouriçada contra os princípios legais".



28/04/2010

Agência Senado


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