CPI da Segurança Pública debate em Novo Hamburgo



A CPI da Segurança Pública, diante do aumento da criminalidade no Vale do Sinos, realizou sua reunião hoje em Novo Hamburgo, quando questionou o diretor da 10ª Região Policial, delegado João Carlos da Luz Diogo. Os parlamentares também fizeram uma visita surpresa a 3a Delegacia de Polícia no bairro Canudos, para verificar a estrutura de pessoal e material. O prefeito de Novo Hamburgo, José Airton dos Santos, acompanhou a audiência. Pela manhã os deputados ouviram na Câmara de Vereadores o depoimento do diretor da 10ª Região Policial, delegado João Carlos da Luz Diogo, que reúne 14 municípios, 22 delegados e 430 policiais. Há quatro meses no cargo, o policial fez um relato do combate à criminalidade, ressaltando que a região é o berço do crime organizado devido a intensa migração em busca de emprego na indústria do calçado. O efetivo da polícia civil na região é insuficiente, mas o delegado aguarda 67 novos policiais que serão encaminhados pela Secretaria de Justiça e Segurança. As maiores dificuldades de efetivo são à noite, fins de semana e feriados. Anunciou a realização de cursos de especialização para os policiais e disse que o fechamento de algumas delegacias permite o aumento de policiais na dinâmica operacional. Em Novo Hamburgo foi fechada a Defrec (Delegacia de Furtos, Roubos, Entorpecentes e Costumes), cujos policiais foram encaminhados para a 1ª Delegacia de Polícia do município. Atuam 82 viaturas na 10ª Região Policial, mas o delegado não precisou qual o número ideal para a região. A Polícia Civil já está sendo informatizada e as informações serão acessadas em todo o Estado também pela Brigada Militar. O delegado João Carlos Diogo quer os policiais atuando no local do crime, o que não acontece hoje por falta de pessoal. Segundo ele, um plantão centralizado na 1ª DP vai permitir o atendimento imediato no local do crime. Sobre a banda podre da polícia, informou que existem em torno de 60 inquéritos e sindicâncias sobre policiais, com 50% já encaminhados à Justiça e Corregedoria. A integração entre Polícia Civil e Brigada Militar é uma realidade e o delegado acredita que em torno de 1,2 mil policiais civis e militares deveriam atuar na região, mas o contingente é de apenas 430 mil. O prefeito de Novo Hamburgo, José Airton dos Santos, atribuiu o aumento da criminalidade ao governo do PT no Estado. Disse que segurança, hoje, é prioridade absoluta da população e culpou o governo pelas constantes modificações no setor. "Só falta mudar o Secretário da Segurança", declarou. À tarde os deputados visitaram a 3ª DP no bairro Canudos, onde o delegado Cleomar Marangoni mostrou a estrutura do local e a dinâmica do seu funcionamento. São 10 policiais que atuam na investigação e encaminhamento dos inquéritos do bairro, que tem uma população de 100 mil habitantes. Dos 25 homicídios este ano na área, apenas dois ainda não foram elucidados. O delegado aguarda a chegada de nove novos policiais à DP. Para o relator da CPI, deputado Vieira da Cunha (PDT), o quadro de carências no Vale dos Sinos deve ser imediatamente atacado pela Secretaria da Segurança. "A situação é alarmante na região. Até a capital é superada em determinados delitos., como é o caso dos roubos, cuja cidade com maior incidência no Rio Grande do Sul é São Leopoldo, que registrou 1.687 casos por 100.000 habitantes em 2.000", afirmou Vieira. O parlamentar não se mostrou satisfeito com as informações do delegado regional. "Sinto que ele é um policial preparado e bem intencionado mas, sem recursos humanos e materiais suficientes, não vai poder fazer milagre. Enquanto o governo do Estado não tratar a segurança pública como prioridade, dotando a Polícia Civil, Brigada e o Instituto de Perícias de um nível de investimento compatível com as necessidades, o Estado vai continuar impotente para combater com eficácia a crescente criminalidade", concluiu Vieira da Cunha.

09/24/2001


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