CPI denuncia exploração sexual no sul do país
Embora as Regiões Norte e Nordeste concentrem o maior número de rotas de tráfico de exploração sexual de crianças, adolescentes e mulheres no país, a Região Sul não está livre do problema: são 28 rotas, apuradas em pesquisa apresentada por Janete Cruz, coordenadora regional do estudo, nesta quarta-feira (9), na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Congresso Nacional, que investiga o assunto.
- É fácil tirar uma criança do país. Na semana passada desapareceu uma menina e a mãe só conseguiu fazer a ocorrência dois dias depois - denunciou Janete Cruz, afirmando a necessidade de o poder público tratar o assunto com maior eficiência e prontidão.
Para Janete, além dos entraves governamentais, um dos agravantes da situação é a banalização, por parte da sociedade, da exploração sexual de menores e de mulheres, acarretada por questões culturais e de gênero. A fim de que ocorra uma mudança de mentalidade, Janete sugere a publicação de materiais informativos. Ela disse que as famílias entregam as suas crianças ao tráfico achando que elas terão uma vida melhor.
A pesquisa, coordenada por Janete Cruz, buscou mapear as rotas de exploração sexual em Foz do Iguaçu (PR) e Uruguaiana (RS), com a análise de inquéritos do Ministério Público e Federal, da Polícia Federal, e de matérias jornalísticas, sem, no entanto, levantar novos casos de tráfico. A pesquisa, feita em âmbito nacional, com a coordenação da professora Maria Lúcia Leal, da Universidade de Brasília (UnB), serviu de base para instaurar a CPI, presidida pela senadora Patrícia Saboya (PPS-CE), para investigação da exploração sexual de crianças e adolescentes no país.
09/07/2003
Agência Senado
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