CPI do Cachoeira tem reunião administrativa no dia 5 de julho



A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista que investiga as relações de Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, com agentes públicos e privados, fará reunião administrativa no dia 5 de julho, uma quinta-feira, às 10h15. Dias antes, haverá o depoimento de nove convocados.

A CPI já recebeu 258 requerimentos que aguardam análise, mas os parlamentares poderão apresentar novas propostas até as 10h15 do dia 3 de julho. Entre os já apresentados, há pedidos de convocação do dono da Delta Construções, Fernando Cavendish, e de quebra dos sigilos do empresário. Na última reunião administrativa, a CPI rejeitou sua convocação por 16 votos a 13. Também há requisições à Polícia Federal dos nomes – com número de CPF – das pessoas que receberam de Carlinhos Cachoeira aparelhos Nextel habilitados nos Estados Unidos.

Depois do pedido de afastamento do juiz Paulo Augusto Moreira Lima da 11ª Vara Federal – responsável pelo processo da Operação Monte Carlo, que prendeu Cachoeira – parlamentares também apresentaram requerimentos para que ele dê explicações à CPI sobre esta decisão. Matérias divulgadas pela imprensa dizem que Moreira Lima e sua família teriam sofrido ameaças do grupo de Cachoeira.

Viagem a Paris

Também está na pauta da CPI pedido de informações às Mesas do Senado e da Câmara acerca da existência de missão oficial de deputados e senadores a países africanos, em especial à Uganda. Segundo o deputado Miro Teixeira (PDT-RJ), depois da missão oficial, alguns desses parlamentares, como o senador Ciro Nogueira (PP-PI) e o deputado Maurício Quintella Lessa (PR-AL), integrantes da CPI, se encontraram com Fernando Cavendish em Paris.

A pauta da CPI inclui ainda pedido de informações sobre uma série de transferências bancárias da Alberto & Pantoja Construções e Transporte a diversas empresas. A Alberto & Pantoja é apontada pelo inquérito da Polícia Federal como empresa “laranja” de Cachoeira, que era abastecida com dinheiro da Delta.

Depoimentos

Na próxima semana, a CPI ouvirá o depoimento de nove convocados. Os parlamentares esperam obter mais informações sobre a venda da casa onde Carlinhos Cachoeira foi preso em fevereiro deste ano. O imóvel, num condomínio de luxo em Goiânia, pertenceu ao governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB).

Serão ouvidos na terça-feira (26), às 10h15, o ex-assessor de Perillo, Lúcio Fiúza Gouthier, que teria presenciado o pagamento do imóvel; Écio Antônio Ribeiro, um dos sócios da empresa Mestra Administração e Participações, em nome da qual a casa foi registrada num cartório em Trindade (GO); e Alexandre Milhomen, arquiteto que trabalhou na reforma da residência.

Na quarta-feira (27), também às 10h15, serão ouvidas outras três pessoas ligadas ao governador de Goiás. Jayme Eduardo Rincón, ex-tesoureiro da campanha de Perillo, teria recebido R$ 600 mil do grupo de Cachoeira na conta de uma empresa da qual seria sócio. Eliane Gonçalves Pinheiro é ex-chefe de gabinete de Marconi Perillo e está sendo acusada de repassar informações sobre operações policiais a aliados do governador. Da primeira vez que foi convocada, Eliane conseguiu habeas corpus para ter o direito de permanecer em silêncio, mas alegou problemas de saúde para não comparecer.

Também será ouvido Luiz Carlos Bordoni, o radialista que afirmou, em entrevista à imprensa, ter recebido dinheiro da Alberto & Pantoja Construções para prestar serviço à campanha de Marconi Perillo ao governo de Goiás em 2010. Parte do pagamento, no valor de R$ 45 mil, foi feito em um depósito na conta da filha do radialista, Bruna Bordoni, que já trabalhou no gabinete do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO). Também à imprensa, o radialista afirmou que outra parte do pagamento foi feito diretamente por Perillo, que negou o fato por meio de nota oficial e processou o jornalista.

Na quinta-feira (28), às 10h15, a CPI colhe depoimentos para buscar esclarecer fatos relacionados ao governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT).

Serão ouvidos Cláudio Monteiro, ex-chefe de gabinete do governador do Distrito Federal que foi citado em escutas telefônicas como possível facilitador do esquema de Cachoeira no governo do DF; Marcello de Oliveira Lopes, conhecido como Marcelão, é ex-assessor da Casa Militar do DF e, segundo a Polícia, estava envolvido na tentativa de conseguir a nomeação de um aliado de Cachoeira no Serviço de Limpeza Urbana (SLU) da capital; e João Carlos Feitoza: ex-subsecretário de Esportes do Distrito Federal, também conhecido como Zunga, é suspeito de receber dinheiro do grupo de Cachoeira e também de ser uma espécie de contato entre o governador Agnelo e o contraventor.

Todas as reuniões ocorrerão na sala da 2 da ala Nilo Coelho.



22/06/2012

Agência Senado


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