CPI do futebol começa a ouvir representantes do Flamengo



A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga irregularidades no futebol brasileiro reúne-se na próxima terça-feira (dia 13), após a Ordem do Dia, para ouvir o depoimento do ex-presidente do Vasco da Gama Antonio Soares Calçada. Na quinta-feira (dia 15), terminada a relação de depoentes do Vasco, os senadores passam a ouvir representantes do Flamengo, de acordo com informação do relator da CPI, senador Geraldo Althoff (PFL-SC). Às 10 h, haverá audiências com o presidente do Conselho Fiscal do Flamengo, Roberto Abranches, e com o ex-conselheiro do clube, Paulo César Ferreira.

Ainda não há nova data para o depoimento do funcionário do departamento de futebol do Vasco da Gama Aremithas José de Lima, que estava marcado para a última quinta-feira (dia 8) mas não foi realizado porque o depoente alegou estar com problemas de saúde. De acordo com Althoff, Aremithas foi convocado por ter recebido depósitos em sua conta pessoal no valor total de R$ 2,03 milhões, feitos por parte da Vasco Licenciamentos.

No último dia 07, a comissão, presidida pelo senador Álvaro Dias (PSDB-PR), ouviu depoimento do ex-deputado estadual José Francisco Veloso, que presidiu, em 1994, a CPI da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro criada para investigar a evasão de renda nos estádios de futebol do estado. Veloso apontou a venda de ingressos falsos, o desvio de ingressos de autoridades para pessoas sem credenciais, a doação de carteiras de beneméritos e o furto de ingressos como os principais mecanismos de evasão de renda dos estádios do Rio de Janeiro, especialmente do Maracanã. De acordo com José Francisco Veloso, o roubo era generalizado na época da CPI estadual, e as irregularidades eram cometidas por autoridades e funcionários da Suderj e da Federação de Futebol. Na opinião do ex-deputado, depois que Francisco de Carvalho assumiu a Suderj e a Secretaria Estadual de Esportes do Rio, a corrupção praticamente acabou no Maracanã, embora continue nos estádios do interior, por falta de fiscalização.

09/03/2001

Agência Senado


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