CPI DO ROUBO DE CARGAS COMEÇA A VISITAR ESTADOS A PARTIR DE SETEMBRO
Com o término do período de campanha eleitoral, a CPI voltará a reunir-se. Segundo o senador Romeu Tuma (PFL-SP), que preside a CPI, a participação de parlamentares nas eleições municipais poderia atrapalhar os trabalhos da comissão.
São aguardados ainda o resultado dos inúmeros requerimentos de quebra de sigilo bancário, fiscal e telefônico de pessoas e empresas suspeitas de participarem do esquema de roubo de cargas. O deputado Oscar Andrade (PFL-RO), relator da Comissão, também espera obter entre os parlamentares as assinaturas necessárias para estender o prazo de funcionamento da CPI por mais um ano.
A morte, nesta semana, do ex-caminhoneiro Ananias Elisário da Silva, que depôs na CPI no último dia 8, pode ter atrapalhado as investigações. Acusado de praticar mais de 40 latrocínios - roubo seguido de assassinato - em rodovias de todo país, Ananias também era envolvido com o tráfico de drogas e foi o primeiro a morrer na chacina ocorrida no presídio da Papuda, em Brasília. Ele recusou-se a auxiliar a CPI, mas seria acareado com pessoas com as quais teria trabalhado. Durante o depoimento, Ananias chegou a dizer que isto seria sua "sentença de morte".
De acordo com dados divulgados por associações de empresas transportadoras, ocorrem, por ano, cerca de 4,2 mil casos de extravios de carga nas rodovias brasileiras, provocando um prejuízo que chega a meio bilhão de reais - 68% dos roubos são registrados em rodovias paulistas. Entre os produtos preferidos pelos criminosos, estão cigarros, bebidas, medicamentos, eletro-eletrônicos e alimentícios. Apenas a metade da carga transportada no país estaria coberta por seguro.
21/08/2000
Agência Senado
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