CPI inicia mais uma reunião a portas fechadas



A sessão de ontem(29) da CPI do Leite mais uma vez se iniciou a portas fechadas. O diretor comercial do grupo Sonae no Brasil, Manoel Antônio Martinez de Araújo, repetiu a solicitação adotada por representantes da Elegê, Parmalat e Carrefour, e pediu que seu depoimento fosse tomado em caráter reservado. Os outros dois depoentes, Luiz Jordão Filho e Idênio Belmonte Filho, não vieram por estarem cumprindo agenda fora do Estado.

No início da sessão, a CPI tomou o depoimento de Frederico Leuck, proprietário de uma pequena agroindústria de Estância Velha, que apresentou ofício com uma denúncia formal contra a indústria Parmalat. Segundo ele, a empresa estaria repassando recursos obtidos junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aos pequenos agricultores e descontando este valor diariamente. No entanto, a Parmalat estaria pagando ao banco apenas de seis em seis meses. “Esta é uma prática ilegal, pois a empresa tem um capital de giro a custo zero e um ganho financeiro muito alto”, disse.

Ele denunciou que alguns produtores chegam a pagar promissórias com o dobro do valor recebido da empresa. O agricultor revelou, ainda, que esta prática aconteceria com diversos produtores ligados às grandes indústrias, mas que muitos não registram queixa por dependerem economicamente dessas companhias.

O presidente da CPI do Leite, deputado Vilson Covatti, adiantou que a comissão investigará a denúncia. “O pequeno produtor, que já recebe uma miséria pelo que produz, não pode estar sujeito a mais esta exploração”, finalizou.



04/29/2002


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