CPI ouve representantes do serviço de inteligência das polícias



A cópia de um relatório de caráter sigiloso entregue pelo ex-chefe de Polícia, Luis Fernando Tubino, à CPI da Segurança Pública gerou polêmica na reunião de ontem. Foram ouvidos os representantes dos serviços de inteligência da Brigada Militar e da Polícia Civil, tenente-coronel Paulo Roberto Mendes Rodrigues e o delegado Florisbaldo do Nascimento Cruz. Uma diligência realizada em Novo Hamburgo resultou no relatório de maio de 2001 - sem assinatura ou identificação - que recomenda que sejam “gerados eventos de grande repercussão na imprensa estadual para CPI da Assembléia Legislativa”. No corpo do relatório também há uma observação para que as cópias do documento sejam incineradas. O delegado Florisbaldo do Nascimento Cruz, assessor do Departamento de Inteligência e Assuntos Estratégicos da SJS não reconheceu como linguagem usada pelo Departamento de Inteligência e Assuntos Estratégicos da SJS , afirmando desconhecer o assunto. O relator da CPI, deputado Vieira da Cunha (PDT), afirmou que não reconhece a linguagem como própria do Ministério Público. O Ministério Público de Novo Hamburgo foi citado no documento. “Em primeiro lugar, precisamos saber porque a polícia permanece realizando diligências de caráter sigiloso e incinerando relatórios, já que essa é uma prática que não se coaduna com o estado democrático de direito. Em segundo lugar, precisamos identificar a origem dessa diligência e quem produziu esse relatório a fim de esclarecer todas as circunstâncias do episódio, notadamente essa tal recomendação de produzir fatos de grande repercussão na imprensa em atenção à CPI”, frisou Vieira. Siot e departamento de inteligência O tenente-coronel Paulo Roberto Mendes Rodrigues, coordenador área de Operação e Treinamento do Serviço de Inteligência Operação e Treinamento (Siot) da Brigada Militar considerou a estrutura funcional da área como “enxuta”, composta por um tenente-coronel, um major, dois capitães e quatro sargentos. Sobre a reciclagem , qualificação e aperfeiçoamento da corporação disse que é um processo continuado que só termina quando os integrantes da BM vão para reserva. A respeito do uso da arma de fogo afirmou que a cada projétil disparado por um servidor é aberta uma sindicância “rigorosa” que irá apurar se houve necessidade ou não do disparo. Disse que com esse procedimento pode se realimentar o processo de treinamento. O Siot é composto por adjuntorias e o responsável pelo área de Inteligência, major Ladmir da Silva deverá ser ouvido nos próximos dias. O delegado Florisbaldo do Nascimento Cruz, que no organograma oficial da SJS consta como responsável por trabalhos na área da inteligência, esclareceu aos deputados que é assessor do Departamento de Inteligência e Assuntos Estratégicos da SJS. Conforme ele, a função do órgão é fundamentalmente produzir conhecimentos para elaboração de estratégias que possam coibir e controlar as ações do crime organizado no Estado. Informou que cerca de 40 servidores da área de investigação estão lotados no Departamento além do apoio administrativo. Disse que os Serviços de Inteligência da BM e da PC estão integrados e estabelecem estratégia comum.


09/11/2001


Artigos Relacionados


Alckmin recebe entidades representantes das Polícias

Zambiasi recebeu representantes das polícias da Capital

Comissão de Inteligência ouve diretor da Polícia Federal

(Flash) - Alckmin está reunido com representantes das Polícias

Comissão ouve autoridades do Sistema Nacional de Inteligência a portas fechadas

Secretário da Segurança Pública discute melhorias salariais com representantes das polícias civil, m