CPI toma depoimentos sobre venda de espaço publicitário em aeroportos



A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Apagão Aéreo, ouviu nesta quarta-feira (15) o empregado da empresa Sá Publicidade Adilson José da Silva; José de Oliveira Sobrinho, presidente da Associação Brasileira de Mídia Aeroportuária (ABMA); o empresário Aristeu Chaves Filho, produtor e exportador de frutas do Vale do São Francisco; e o empresário Michael Farah, sócio da FS3 Comunicação.

Farah disse que considerou normal o preço de R$ 26,8 milhões pago pela Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero) à sua empresa pela aquisição do software de gerenciamento de mídia aeroportuária. Atendendo a pedido de avaliação feito pelo relator da comissão, Demóstenes Torres (DEM-GO), José de Oliveira, da ABMA, considerou demasiadamente alto o valor pago pela Infraero na aquisição da licença, dizendo que o preço correto seria de R$ 3 milhões.

Já o empresário Aristeu Chaves Filho, produtor e exportador de frutas do Vale do São Francisco, negou informação apurada pela Controladoria Geral da União (CGU) de que teria intermediado contato entre o empresário Michael Farah, sócio da FS3 Comunicação, e o diretor comercial da Infraero, Fernando Brendaglia. Nesse encontro, de acordo com a CGU, teria sido iniciada a negociação do software de mídia aeroportuária.

Ele afirmou ainda não ter conhecimento de quaisquer ações do ex-presidente da Infraero, Carlos Wilson - seuamigo pessoal - visando a beneficiar produtores de frutas do Vale do São Francisco através da construção de câmaras frigoríficas no aeroporto de Petrolina, em Pernambuco.

Gravações

O empregado da empresa Sá Publicidade Adilson Silva negou afirmações suas, em gravações entregues à CPI pela empresária Silvia Pfeiffer, nas quais antecipa o resultado de uma licitação na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT). Silva também diz na fita que um diretor da ECT seria beneficiado pela fraude, recebendo parte do R$ 1,2 milhão desembolsado pela estatal como pagamento pelo serviço.

- Nada está correto. Tudo relatado na fita é mentira. A voz é minha, mas não existe nada disso - disse ele.

Com relação à denúncia de falta de repasse dos 50% do valor dos anúncios à Infraero, o presidente da Associação Brasileira de Mídia Aeroportuária (ABMA), José de Oliveira Sobrinho, negou a existência de tal prática pelas empresas associadas à entidade.



15/08/2007

Agência Senado


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