CPMI do Roubo de Cargas decide ouvir os governadores de Minas Gerais e São Paulo



A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga o roubo de cargas aprovou novo cronograma de viagens e diligências em reunião realizada nesta quarta-feira (27). Os integrantes da CPI, presidida pelo senador Romeu Tuma (PFL-SP), decidiram ouvir os governadores de Minas Gerais, Itamar Franco, e de São Paulo, Geraldo Alckmin, em datas ainda a serem definidas.

A CPI definiu também o cronograma de viagens até o encerramento de seus trabalhos. Os membros da comissão estarão em Pernambuco, entre 14 e 15 de março; no Rio de Janeiro, de 4 a 5 de abril; em São Paulo, nas cidades de Paulínia e Santos, entre 18 e 19 de abril; e em Rondônia, nos dias 2 e 3 de maio. O relatório final, de acordo com o cronograma aprovado, deverá ser apresentado no dia 5 de junho.

O relator da CPI, deputado Oscar Andrade (PL-RO), apresentou denúncia recebida pela comissão sobre o assassinato do cabo da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), Angelo Neto, no último fim de semana, no Distrito Federal. Segundo a denúncia, o cabo era chefe da segurança pessoal do deputado distrital José Tatico, dono da rede de supermercados Tatico, e foi morto por desavenças com seu chefe. A CPI suspeita do envolvimento de Tatico com receptação de cargas roubadas.

A denúncia relatada por Oscar Andrade informou que o cabo foi apresentado a Tatico pelo deputado federal Alberto Fraga (PMDB-DF), coronel da PMDF. Membro da CPI e presente à reunião, Alberto Fraga afirmou que Angelo Neto era seu amigo, trabalhou em seu gabinete e em sua campanha, mas há seis meses estava lotado no gabinete de Tatico, na Câmara Legislativa.

A CPI aprovou ainda a tomada dos depoimentos do delegado Arthur Carbone, de Rondônia, e de Marcos Paulo Arantes Freitas, condenado por roubo de cargas e caminhões e atualmente cumprindo pena na penitenciária de Uberlândia (MG).



27/02/2002

Agência Senado


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