CRE aprova indicação de Roberto Abdenur para a embaixada do Brasil nos Estados Unidos
A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) aprovou nesta terça-feira (9) mensagem presidencial indicando o nome do diplomata Roberto Pinto Ferreira Mameri Abdenur para exercer o cargo de embaixador do Brasil nos Estados Unidos. A indicação segue agora para apreciação do Plenário do Senado.
Antes de ter o seu nome aprovado em votação secreta e por unanimidade, Roberto Abdenur disse que lutará, como embaixador, para aproximar ainda mais os dois parlamentos. Reconheceu que os Estados Unidos são um país estratégico para o Brasil, sendo o maior mercado para as exportações brasileiras.
Lembrou que, atualmente, nada menos do que um milhão de brasileiros vivem nos Estados Unidos, e que o Brasil é considerado um país determinante para os EUA na América do Sul. Garantiu que as relações Brasil-Estados Unidos -são boas-, acrescentando que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vem mantendo encontros destinados a aproximar ainda mais os dois países para que sejam discutidas, de forma mais equilibrada, questões básicas para o Brasil, como agricultura e energia. Atualmente, as exportações brasileiras, como os calçados, são sobretaxadas, explicou.
Roberto Abdenur colocou em relevo algumas das prioridades como embaixador, entre as quais discutir, -com altivez-, uma questão que considera delicada: a Área de Livre Comércio das Américas (Alca). Disse também que fará de tudo para trazer de volta os brasileiros que se encontram detidos nos Estados Unidos, em virtude se serem presos quando tentavam ingressar ilegalmente naquele país.
O senador Eduardo Suplicy informou que a CRE já constituiu uma subcomissão destinada a analisar a situação de brasileiros que se encontram no exterior. Também o senador Marcelo Crivella (PL-RJ) fez votos para que o futuro embaixador nos Estados Unidos resolva logo o problema de brasileiros que se encontram presos nos Estados Unidos, alguns por mais de três anos.
O senador Pedro Simon (PMDB-RS) defendeu a oficialização do Mercosul e observou que os Estados Unidos querem, na verdade, promover um esvaziamento desse mercado. Roberto Abdenur lembrou que, no passado, o Mercosul, de fato, não era visto com bons olhos pelos Estados Unidos. Atualmente, informou, os Estados Unidos encaram o Mercosul como uma entidade estabilizada e destinada até a dar estabilidade às democracias sul americanas. Mas alertou que o Mercosul representa para os Estados Unidos -um ator dentro do processo da Alca-.
Na exposição de motivos encaminhada ao Senado, o Chefe da Casa Civil da Presidência da República, José Dirceu, informou que o principal ponto das relações bilaterais entre Brasil e Estados Unidos concentra-se nos assuntos econômicos, comerciais e financeiros. Observou que, tradicionalmente, os Estados Unidos sempre foram o maior parceiro comercial do Brasil, e que no período de 1997 a 2002 o comércio entre os dois países cresceu a uma taxa média anual de 1,5%, passando de US$ 23,7 bilhões para US$ 25,6 bilhões.
Novas indicações
Na mesma reunião, a CRE aprovou a indicação do também diplomata Carlos Augusto Rego Santos Neves para exercer, cumulativamente, o cargo de embaixador do Brasil junto à Federação da Rússia e a República da Geórgia. Foi aprovado ainda o nome do diplomata César Amaral para a embaixada do Brasil na Jamaica.O nome do diplomata Marcos Caramuru de Paiva também foi aprovado para a embaixada do Brasil na Malásia. Caramuru informou que a Malásia vem registrando taxas anuais de crescimento de 4%, o que representa, conforme observou, grandes possibilidades de o Brasil aumentar as suas exportações para aquele país. Os senadores Marco Maciel (PE) e Antônio Carlos Magalhães (BA), ambos do PFL, enalteceram a escolha dos novos embaixadores, classificando-a -como um acerto do governo do presidente Lula-.
09/12/2003
Agência Senado
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