CRE aprova indicações de embaixadores para Coréia do Norte, Alemanha, Itália e Vaticano
Matéria retificada às 09h55
A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) aprovou, nesta quarta-feira (10), quatro mensagens do presidente da República com indicações para o cargo de embaixador do Brasil no exterior.
O ex-ministro da Defesa José Viegas Filho (MSF 238/08) teve sua indicação aprovada para a Itália e, cumulativamente, para as Repúblicas de San Marino e Albânia; Everton Vieira Vargas (MSF 205/08) teve seu nome aprovado para o cargo de embaixador junto à Alemanha; Luiz Felipe de Seixas Corrêa (MSF 241/08), que já é o embaixador do Brasil na Cidade do Vaticano, foi indicado para o mesmo cargo junto à Ordem Soberana e Militar de Malta; e Arnaldo Carrilho (MSF 240/08), para ser o primeiro embaixador residente na Coréia do Norte. As votações da comissão são secretas e não há a divulgação do número de votos. As indicações ainda devem ser votadas em Plenário.
Todos os indicados são ministros de primeira classe, posto mais alto na hierarquia do Ministério das Relações Exteriores. Arnaldo Carrilho será o primeiro embaixador da América do Sul a residir em Pyongyang, capital da Coréia do Norte. Enfatizou que, à exceção de Cuba - que tem embaixada no país há 40 anos -, o Brasil será o primeiro país das Américas a ter um embaixador específico para o local, cargo antes exercido cumulativamente com a Embaixada na China.
O relator da indicação, senador Cristovam Buarque (PDT-DF), exaltou a especialização em assuntos asiáticos do embaixador e disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não poderia ter escolhido nome melhor para montar a embaixada brasileira naquele país. Arnaldo Carrilho foi cônsul-geral em Hong Kong e Sydney (Austrália) e Embaixador na Tailândia. Está aposentado dos quadros do Itamaraty desde junho do ano passado.
José Viegas enfatizou o atual equilíbrio da balança comercial entre o Brasil e a Itália, que até 2006 trazia saldos favoráveis ao Brasil e disse que pretende dar continuidade à gestão do atual embaixador, Adhemar Gabriel Bahadian. Ele citou diversas ações de colaboração entre Brasil e Itália, entre elas o desenvolvimento do consórcio AMX, que produz aviões militares. O indicado já foi embaixador na Dinamarca, Peru, Rússia e Espanha. O relator da indicação foi o senador Gilvam Borges (PMDB-AP) que, ausente à sessão, foi substituído pelo senador Eduardo Suplicy (PT-SP).
Everton Vieira Vargas informou que a Alemanha é o quinto maior importador do Brasil, levando principalmente produtos básicos, e o quarto maior fornecedor, trazendo quase sempre produtos industrializados. O Brasil, no entanto, é o 20º importador de produtos alemães. A relatora de sua indicação, senadora Serys Slhessarenko (PT-MT), enfatizou que, em 2005, os automóveis foram o segundo produto mais exportado pelo Brasil para aquele país. O indicado realçou o fortalecimento político vivido na Alemanha. Lembrou que, quando serviu naquele país, no início da década de 80, havia dois partidos fortes; agora, entretanto, há cinco. Ele irá chefiar sua primeira embaixada.
O senador João Tenório (PSDB-AL) substituiu o senador Marco Maciel (DEM-PE) como relator da indicação de Luiz Felipe de Seixas Corrêa. O diplomata foi secretário-geral do Ministério das Relações Exteriores por duas vezes, em 1992 e 1999. Foi embaixador no México, na Espanha e na Alemanha. Em seu relatório, Marco Maciel lembra que a Ordem de Malta "é uma instituição cuja história ininterrupta remonta ao século 11, estando sua origem ligada à época das cruzadas e da criação de muitas outras ordens de cavalaria, que desapareceram ou perderam sua identidade original". Informa ainda que a Ordem está fixada em Roma desde 1834.
10/12/2008
Agência Senado
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