CRE aprova indicações para embaixada em Portugal e para a Unesco



A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) aprovou nesta terça-feira (22) as indicações de Maria Laura da Rocha para o cargo de delegada permanente do Brasil junto à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Brasunesco) e de Mário Vilalva para o de embaixador do Brasil em Portugal. A decisão da CRE ainda precisa ser ratificada em Plenário.

De acordo com Maria Laura da Rocha, a introdução da língua portuguesa como idioma de trabalho na Unesco está entre os objetivos do país naquela entidade. Ela disse que a iniciativa se justifica, uma vez que a produção científica brasileira representa mais de 2% da mundial. Atualmente, a Unesco trabalha com seis idiomas - inglês, francês, espanhol, chinês, árabe e russo.

O aumento da participação brasileira em projetos de cooperação com países em desenvolvimento também está entre as metas do Brasil na Unesco. Maria Rocha disse que a África é a prioridade da instituição. No entanto, ressaltou, há necessidade de se implantar projetos na América Latina e a Ásia.

- Na Ásia, na África e na América as pessoas nos olham e vêem que o Brasil conseguiu juntar inovação com programas de inclusão social e produzir receitas para o desenvolvimento, que são importantes para eles também - disse Maria Rocha.

Mário Vilalva também pretende contribuir para ampliar a presença do Brasil no exterior. Ele disse que a atuação da embaixada brasileira deve se estender a todas as regiões de Portugal e não trabalhar apenas na capital, Lisboa. A intenção é estreitar os laços de amizade e realizar intercâmbio cultural e comercial com Portugal.

Embaixadas

O presidente da CRE, senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), afirmou ser contrário à criação de embaixadas em países que não tenha relações mais próximas com o Brasil. Em sua avaliação, o governo abre representação nesses países, especialmente nos do Caribe, em busca de apoio dessas nações ao ingresso do Brasil como membro permanente do no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).

Para Azeredo, a instalação de uma embaixada deve acontecer quando houver motivos culturais e comerciais, bem como pela presença de brasileiros no país. Na opinião do senador, o ingresso do Brasil no Conselho de Segurança da ONU é importante, mas disse não concordar com essas ações da política externa brasileira com esse fim.

- Os recursos utilizados nessas embaixadas poderiam ser mais bem utilizados em outros consulados onde haja presença mais forte de brasileiros. Não justifica essa paranóia pelo Conselho de Segurança da ONU - disse Azeredo.

Na avaliação de Mário Vilalva, não há relação entre a abertura de embaixadas brasileiras em países pequenos e a intenção do Brasil em ingressar no Conselho de Segurança da ONU. Ele disse que as embaixadas em vários países sãos importantes porque o Brasil se tornou uma potência mundial, com interesses variados. A liderança do Brasil é aceita, ressaltou Vilalva, por ser "benigna".

Também Maria Rocha defendeu a instalação de embaixadas em países pequenos. Ela informou que, muitas vezes, os próprios governantes pedem a presença do Brasil em seus países. Em sua avaliação, não só os critérios comerciais e de presença de brasileiros devem ser levados em conta. Ela considera um "orgulho" o Brasil estar presente em vários países.



22/06/2010

Agência Senado


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