Crédito agrícola é bom negócio, diz executivo do BB



A carteira de crédito agrícola é um setor lucrativo para o Banco do Brasil, afirmou o gerente executivo da Diretoria de Crédito do Banco do Brasil, Ewerton Gonçalves Chaves. Em audiência pública audiência pública que discutiu, nesta terça-feira (7) o Plano Safra, na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA), ele disse que 90,6% da carteira de crédito rural da instituição não possuem renegociação e que 86,4% dos clientes estão localizados na melhor faixa de risco do Banco Central.

Ainda assim, disse o representante do Banco do Brasil em resposta ao presidente da CRA, senador Valter Pereira (PMDB-MS), e ao senador Gilberto Goellner (DEM-MT), os bancos oficiais não podem prescindir das formalidades contratuais necessárias às operações de crédito agrícola.

- Tudo que somos obrigados a fazer, temos que fazer, senão existem conseqüências.Como supervisores bancários, temos que fazer com que os bancos operem de maneira segura, não podendo abdicar das formalidades e atos que concedam segurança às operações - explicou.

O diretor de Fiscalização do Banco Central (BC), Alvir Alberto Hoffman, disse que as operações de crédito rural oferecidas pelas instituições brasileiras, podem ser reclassificadas, no que diz respeito ao risco. Ele explicou que a reclassificação obedece à resolução número 2682/99 do BC, que estabelece critérios para a classificação de riscos em operações de crédito. A norma permite que as operações de crédito rural recebam tratamento especial, no qual as renegociações não acarretam pioram a avaliação do tomador do empréstimo.

Em sua opinião, a resolução representa "um avanço no sistema financeiro", uma vez que oferece flexibilidade aos bancos para que criem critérios de classificação e estabeleçam níveis de risco para cada cliente. Hoffman disse ainda que a análise das carteiras de créditos dos bancos é feita de acordo também com as normas da Banco Central e do Conselho Monetário Nacional

- Existe o rigor na classificação para que o banco apresente seus balanços de maneira consistente e não venha a surpreender a sociedade - ressaltou Hoffman.

Alvir Hoffman explicou que as medidas tomadas visam preservar a estabilidade financeira de cada instituição para que o sistema financeiro e a economia do país sejam protegidos. Ele ressaltou que as medidas adotadas pelas instituições são importantes para que o sistema financeiro permaneça sólido e capitalizado e não apresente riscos para o curso normal dos negócios no país.

O diretor de programas do Ministério da Fazenda, Gilson Bittencourt, disse que o Executivo já pensa na nova safra e o foco está nas operações de credito, no preço e no seguro da produção. Ele defendeu um planejamento maior para o setor agrícola para que não sejam necessários planos anuais.

O Plano Safra foi instituído pelo Executivo, explicou Bittencourt, com o objetivo de manter a produtividade pelo menos no mesmo nível da safra de 2007.

A maior dificuldade do financiamento do setor rural, avaliou Gilson Bittencourt, não é a renegociação, mas o tempo em que o produtor fica inadimplente. Ele disse que os produtores que têm condições de pagar suas dívidas, muitas vezes não o fazem na expectativa de serem beneficiados com um eventual perdão.

- Até esperar os prazos, os produtores que tinham que renegociar ficaram mais tempo inadimplentes e, com isso, aumentou o risco das operações - ressaltou.

O senador Valter Pereira (PMDB-MS) informou que outra audiência pública vai continuar discutindo o assunto. Ele sugeriu que, após os debates, a comissão encaminhe ao Poder Executivo documento com sugestões concretas para "socorrer a agricultura.



07/04/2009

Agência Senado


Artigos Relacionados


Executivo fará normatização da política agrícola

Contratações de crédito agrícola atingem R$ 41,8 bilhões

Crédito fundiário apoia a produção agrícola familiar

Contratação de crédito agrícola atinge R$ 61,2 bi no 2º semestre de 2011

Contratação de recursos do crédito agrícola cresce 19% em 2010

Recurso para crédito agrícola já está disponível