Cresce a participação de reeducandos no ENEM



Ao todo, 5,6 mil presos fizeram o Exame Nacional do Ensino Médio

Este ano, 5,6 mil presos fizeram o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), número que confirma a tendência de crescimento de pessoas privadas da liberdade na participação da prova.

Na Secretaria da Administração Penitenciária, funcionários interessados em complementar os estudos também se submeteram ao exame, que oferece – de acordo com a nota alcançada - a possibilidade de facilitar o ingresso em algumas faculdades, além de ser requisito exigido para se candidatar a uma bolsa do Programa Universidade para Todos (ProUni). A nota obtida no Enem é utilizada como critério de seleção para o programa.

Segundo o site do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) www.inep.gov.br, 5.646 presos de 243 presídios em todo o país fizeram o exame, dos quais o CDPs (Centros de Detenção Provisória) de Diadema e Tatuapé; a Penitenciária II de Mirandópolis e o IPA (Instituto Penal Agrícola) de Bauru viabilizaram a participação de reeducandos interessados.

“O exame dá uma referência de auto-avaliação para auxiliar internos e servidores nas escolhas futuras, tanto com relação à continuidade dos estudos quanto na sua inclusão (caso dos presos) no mundo do trabalho”, diz o diretor da PII de Mirandópolis, Márcio Alexandre Betti . “Congratulamos os reeducandos e funcionários pelo esforço e dedicação e apostamos que com o ótimo desempenho que tiveram conseguirão uma oportunidade no ProUni”, relata o Diretor Técnico de Departamento do IPA, Gilberto de Assis Oliveira. “Ficamos imensamente felizes com o respeito e a lisura, tanto dos aplicadores e fiscais como também dos presos e funcionários que realizaram a prova”, destaca Wanderley Lopes, diretor do CDP de Diadema.

Durante o período das inscrições e até o dia de realização do exame, foram elaborados vários testes e provas simuladas com os inscritos para melhor prepará-los. Foi o caso do IPA de Bauru, onde os professores Thiago Moreira Santos e Luis Fabiano Santos Gomes prepararam aulas especiais com o objetivo de informar aos reeducandos a importância da prova, as formas de avaliação e supostos conteúdos que poderiam ser abordados na avaliação oficial. 

Na avaliação simulada, 80% dos alunos atingiram média de 50%, o equivalente a 32 questões da prova objetiva, sendo que dois deles se destacaram dos demais com acerto de 53 e 54 questões, o equivalente a 83% e 79%, respectivamente.

Como já era esperado, alguns sentenciados declararam ter participado do exame como uma ferramenta legítima para testar seus conhecimentos e capacidade de raciocínio e a maioria afirmou ter como objetivo ingressar no ensino superior, quando em liberdade.

Assessoria de Imprensa da Secretaria da Administração Penitenciária

(C.C.) 



09/24/2007


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