Crescimento econômico terá maior visibilidade a partir de julho, afirma Meirelles



O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, previu nesta quinta-feira (25) na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) que o crescimento econômico deverá ter maior visibilidade a partir de julho. Segundo ele, é necessário um intervalo de tempo entre o início da retomada do crescimento e a percepção do processo por toda a sociedade. Por isso, explicou, o início do crescimento da economia no terceiro trimestre do ano passado deverá dar sinais mais evidentes no final de 2004. As afirmações foram feitas pelo presidente do BC em resposta ao senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), que se disse preocupado com a ausência de sinais de crescimento, apesar dos anúncios da equipe econômica. O senador César Borges (PFL-BA) também alertou para a paralisia econômica do país, ressaltando que a realidade vista pela sociedade e pela imprensa é bem diferente da que é percebida pelo governo. Ele lembrou a queda de 0,2% no Produto Interno Bruto (PIB) do ano passado e cobrou investimentos públicos e o controle das tarifas dos produtos administrados pelo governo. Ao ressaltar a preocupação do governo com o baixo crescimento da economia nos últimos anos e com a busca da rota do crescimento sustentável, Meirelles reforçou que a economia está entrando em ciclo de crescimento sustentado e disse que, apesar da redução no PIB no ano passado, houve recuperação no segundo semestre. Segundo o presidente do BC, o aumento da oferta de bens e serviços da economia com o concomitante aumento da oferta de emprego figura também entre as preocupações do Conselho de Política Monetária (Copom). E, para reforçar os resultados dos trabalhos da equipe econômica, Meirelles citou a elevação do nível de emprego - de junho do ano passado a janeiro deste ano -, segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego. Ele falou em resposta ao senador Eduardo Suplicy (PT-SP), que cobrou do Copom uma atenção maior à necessidade do aumento do número de empregos no país. Meirelles também assegurou a Suplicy que o governo está buscando com o Fundo Monetário Internacional (FMI), juntamente com outros países emergentes do Mercosul, a mudança dos critérios do cálculo de déficit público para permitir investimentos públicos maiores, mas mantendo critérios respeitáveis, que assegurem o equilíbrio das contas públicas e a continuidade da queda do risco Brasil. O presidente do BC também informou não ser recomendável alterar o sistema de metas de inflação, uma vez que as taxas estão convergindo para as metas traçadas pelo governo. As expectativas do mercado estão pouco acima de 6%, enquanto a meta do governo está em torno de 5%, segundo Meirelles. Além do mais, acrescentou, a economia está crescendo num ritmo sustentável e a idéia é "evitar bolhas de arrancadas e freadas da economia", como no passado. O líder do governo, senador Aloizio Mercadante (PT-SP), disse que os dados apresentados por Meirelles à CAE demonstram o êxito do ajuste econômico do ano passado, que repercutiu, segundo ressaltou, em todos os indicadores. A "queda espetacular" da inflação de 26% para 9% é exemplo disso, lembrou Mercadante. O líder do governo afirmou terem havido "manifestações oportunistas irresponsáveis" de lideranças da base do governo sobre a política econômica, mas disse não ver as notas divulgadas recentemente pelo PT e pelo PMDB nesse quadro.

- Os partidos estão contribuindo para a evolução do processo ao apresentarem sugestões. A irresponsabilidade no terreno político vem de parte da oposição. O Brasil tem condições de crescer a partir de agora e é isso que nós devemos levar em conta no Senado - afirmou Mercadante.



25/03/2004

Agência Senado


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