Meirelles diz que colaboração do BC para crescimento econômico é manter inflação sob controle



O presidente do Banco Central (BC), Henrique Meireles, afirmou nesta quarta-feira (20) que a contribuição da autoridade monetária ao propósito do governo de acelerar o crescimento econômico é manter estabilidade dos preços, além de políticas que assegurem o bom funcionamento do mercado de câmbio e o equilíbrio do balanço de pagamentos. Ele disse ser preciso manter a inflação dentro das metas definidas pelo Conselho Monetário Nacional.

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- Essa é a grande contribuição a ser dada, como qualquer outro banco central do mundo - disse.

A declaração foi feita por Meirelles à imprensa após audiência pública na Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO), onde os debates foram movimentados principalmente por críticas dos parlamentares às altas taxas de juros, apontadas como obstáculo aos investimentos e o crescimento da economia, além de causa dos elevados encargos com a dívida pública.

Em resposta ao senador Valdir Raupp (PMDB-RO), que cobrou uma queda mais "ousada" dos juros no segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Meirelles já havia dito que os juros tendem a cair em decorrência da redução dos preços.

-O crescimento do Brasil está melhorando e a tendência é aumentar na medidaem que a estabilidade permite um aumento paulatino do investimento e do horizonte de planejamento das pessoas e das famílias.

Concorrência

O presidente do BC reconheceu que os juros praticados pelos bancos não estão caindo na mesma proporção da taxa de juros de referência - a Selic, nesse momento com valor nominal de 13,25%. Na prática, essa defasagem significa maior margem de ganho para o sistema bancário. Diante disso, Meirelles admitiu a necessidade de aumentar a concorrência no setor e adiantou as medidas que o governo está adotando com essa finalidade.

Uma dessas medidas está sendo chamada de conta-salário, que permitirá aos trabalhadores transferir seus vencimentos de uma instituição bancária para outra que lhe ofereça taxas e custos mais vantajosos. Outra medida é a portabilidade do crédito, destinada a permitir ao clientes negociar, em condições mais adequadas, a transferência de operação de créditos junto a outra instituição.

Para melhorar as condições dos empréstimos, Meirelles mencionou ainda a criação de uma base de informações junto ao próprio BC, por ele chamada de "central de risco", onde serão registradas todas as transações efetuadas pelos clientes do sistema financeiro. De início, vão ser registradas apenas as transações acima de R$ 5 mil, com redução gradativa até a inclusão total das operações.

- Se o cliente mudar de banco, ele poderá permitir (à nova instituição) o acesso a seu cadastro - explicou.



20/12/2006

Agência Senado


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