Cristovam afirma que energia nuclear não é alternativa para o Brasil




Ao comentar em Plenário, nesta segunda-feira (28), os acidentes com usinas nucleares em Chernobyl - ocorrido na Ucrânia, em 1986 - e em Fukushima, no Japão, o senador Cristovam Buarque (PDB-DF), se posicionou francamente contrário à continuidade do desenvolvimento da energia nuclear no Brasil.

Na avaliação de Cristovam, as plantas de energia nuclear, mesmo apresentando a vantagem de não prejudicarem o meio ambiente com a emissão de fumaça ou com a formação de lagos em rios, apresentam um risco muito grande de contaminação irreversível do meio ambiente no caso, por exemplo, da ocorrência de acidentes causados por terremotos.

- Com a fumaça a gente põe máscaras; com os lagos, que são uma tragédia ecológica, a gente recupera a fauna e a flora antes que eles sejam inundados; mas, com a tragédia nuclear da radiação espalhada por uma cidade, pela água, pelo mar, impedindo a produção agrícola ... - argumentou Cristovam, lembrando que após o acidente de Chernobyl tornou- se impossível qualquer produção agrícola num raio de quilômetros e por centenas de milhares de anos em volta do sarcófago da antiga usina nuclear.

No caso do Brasil, Cristovam considera viável a substituição da energia nuclear por outras fontes, tais como eólica e solar, uma vez que a energia gerada pelas centrais nucleares compõem apenas 3% da matriz energética nacional.

- A gente pode transformar cada casa em uma usina produtora de energia, em vez de uma usina consumidora de energia - disse Cristovam, referindo-se ao exemplo da Alemanha, onde muitas residências são equipadas com painéis geradores de energia solar.

Cristovam considerou ainda imprescindível um posicionamento do Senado Federal sobre a questão da continuidade ou não dos projetos de implantação de novas usinas nucleares no Brasil. Para isso, ele considera necessário ouvir os responsáveis pela política energética brasileira.

Em aparte, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) demonstrou seu apoio ao pronunciamento de Cristovam, reconhecendo a falta de condições adequadas para a implementação de um plano de evacuação da população de Angra dos Reis, em face dos inúmeros deslizamentos de terra a que estão sujeitas as rodovias da região, frequentemente interrompidas na época das chuvas.



28/03/2011

Agência Senado


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