Cristovam Buarque lamenta ausência de debates no Parlamento



O senador Cristovam Buarque (PDT-DF), em discurso nesta quarta-feira (19), lamentou que o Parlamento não venha mais discutindo grandes temas ou propostas para o futuro do país. Nesse sentido, ele classificou como positivo o debate a respeito do mensalão, ocorrido na véspera entre senadores do PSDB e do PT, apesar de limitado a uma questão de “acusação e defesa”.

– Eu queria ver um debate sobre o que cada partido oferece para o futuro do Brasil. Mas não vimos porque PSDB e PT pensam igual. A cara, a personalidade de Lula, é completamente diferente da cara e da personalidade de Fernando Henrique Cardoso, mas o programa é o mesmo, com pequenas nuances. Não há uma concepção diferente de projeto – disse.

Segundo Cristovam, os dois maiores partidos do Brasil deveriam discutir o que cada um oferecerá para que o futuro seja diferente do de um país com alta criminalidade, taxa de crescimento pequena e educação “vergonhosa”.

Desde Itamar Franco até Dilma Rousseff, disse Cristovam, o país segue a concepção de uma social democracia que se caracteriza pela responsabilidade fiscal, pela transferência de renda por meio de “bolsas”, pela democracia e pelo agronegócio com exportação de commodities, além do investimento na indústria metal-mecânica. A ausência de debates atual, em sua opinião, demonstra o esgotamento desse modelo.

– Quando acaba o debate, é como se esgotasse, a coisa fica velha, a coisa perde o vigor de avançar em direção ao novo, a um país diferente. Hoje, o debate é sobre o mensalão, porque o resto deseja-se que continue o mesmo – afirmou.

Na opinião de Cristovam, deve-se debater não como incrementar a venda de automóveis, mas a formulação e execução de políticas de transporte de massa com qualidade; não como manter floresta sem barrar o crescimento econômico, mas sim como desenvolver um país mantendo as florestas; não quanto crescer, mas sim para onde crescer; não a busca por um PIB maior, e sim de um PIB melhor, que traga melhoria à qualidade de vida da população; não quem dará mais e maiores bolsas, mas sim como libertar o povo brasileiro da necessidade de bolsas; sem falar no investimento na educação.

O senador afirmou que a ausência de debates também é influenciada pela transmissão ao vivo das sessões plenárias.

– A TV nos aproximou do povo, mas nos afastou uns dos outros – explicou.



19/09/2012

Agência Senado


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