Cristovam: Congresso deve mostrar seus erros, punir os culpados e trabalhar pela correção dos rumos do país
O Brasil não está em um bom rumo e o Congresso, desacreditado pela população, permanece omisso diante do caminho equivocado que o país está trilhando. O senador Cristovam Buarque (PDT-DF), autor do alerta, opinou que para mudar essa situação o Legislativo deve mostrar seus erros à opinião pública, punir os que cometeram ilegalidades, pedir desculpas pelo que era legal mas não moral e, a partir daí, construir uma pauta com as mudanças que o país precisa.
- Não podemos continuar fazendo de conta que as coisas não estão acontecendo, como neste final de semana, quando foi publicada uma entrevista em que um alto dirigente do Senado acusa outro alto dirigente de verdadeiros crimes. Não podemos ficar calados, fazer de conta que não houve nada quando um dirigente acusa outro de enriquecimento ilícito, apropriação indébita de dinheiro público e manipulação - afirmou o senador.
Prometendo ratificar a sugestão por escrito, Cristovam Buarque pediu o agendamento de uma reunião - no Plenário ou em alguma comissão - para que os dirigentes citados na reportagem repitam as acusações diante dos senadores, com transmissão ao vivo pela TV.
- Ou eles assumem que são mentirosos ou um confirma que o outro é ladrão - disse.
Cristovam Buarque também anunciou que atenderá a desafio lançado pelo jornalista Alexandre Garcia e mostrará um levantamento de todas as passagens aéreas cuja emissão autorizou através do seu gabinete. Ele explicou que o desafio foi feito aos três senadores pelo Distrito Federal, já que o comentarista da rádio CBN considera que os parlamentares da capital do país não devem ter direito a cota de passagem aérea.
- Sou senador da República, meus cem projetos de lei dizem respeito ao país inteiro. O piso salarial para os professores, por exemplo, não diz respeito ao Distrito Federal, porque aqui um professor ganha quatro vezes mais. Não consigo entender porque o senador Eduardo Suplicy não pode viajar pelo país divulgando seu projeto de renda mínima, da mesma forma como Dante de Oliveira defendeu as Diretas Já e Ulysses Guimarães defendeu a democracia - comparou Cristovam.
Em aparte, o senador Geraldo Mesquita Junior (PMDB-AC) garantiu que não se sentiria constrangido em apresentar a lista de emissão de passagens que autorizou durante seu mandato. Ele declarou que a questão da cota de passagens aéreas de deputados e senadores é um episódio que desgasta menos do que, por exemplo, o fato de o Congresso não reagir ao excesso de medidas provisórias nem aprovar o Orçamento impositivo.
Já o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) referiu-se a comentário de Cristovam de que a entrevista do senador Fernando Collor (PTB-AL) ao Valor Econômico (em que afirma que o presidente Lula só não terá um terceiro mandato se não quiser) comprova a falência do Congresso. Suplicy lembrou que o próprio Lula repetiu diversas vezes que não aceitará disputar o pleito de 2010.
- Dizer que se o presidente quiser, ele vai ter, pode até ser verdade, mas é também o reconhecimento da falência do Congresso, pois mostra que o Legislativo e também o Judiciário são Poderes secundários diante do carisma, da força e da liderança de Lula - emendou Cristovam.
05/05/2009
Agência Senado
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