Agência Vital Brasil vai trabalhar pela divulgação científica no País
Parceria do Instituto Butantan e Universidade Metodista quer formar jovens Jornalistas e Relações Públicas
Capacitar jovens profissionais de comunicação para a divulgação científica no País. Esse é o principal desafio da recém-criada Agência Vital Brazil, patrocinada por duas instituições de renome – o Instituto Butantan e a Universidade Metodista de São Paulo, por meio da Cátedra Unesco/Metodista. Com a finalidade de implantar o novo projeto, representantes das entidades assinaram, dia 15, o protocolo de cooperação, pelo qual haverá orientação acadêmica da Cátedra Unesco/Metodista, participação didática da Faculdade de Jornalismo e Relações Públicas, além da supervisão científica do Butantan.
Durante o encontro, o diretor do Instituto, Otávio Mercadante, enfatizou a importância da formação destes estudantes para a carreira de jornalismo científico. “É um passo importante para dar mais visibilidade às pesquisas de ponta desenvolvidas no Brasil e o Butantan sente-se honrado em firmar essa parceira com a Universidade Metodista”.
Ele acredita que existe demanda para a criação de uma agência. “O campo é vasto, basta explorar”. A agência terá estagiários que vão trabalhar ao lado de pesquisadores na identificação de pesquisas que são de interesse geral. Outro objetivo é atuar no campo internacional, produzindo notícias, capacitando os pesquisadores para adequar sua linguagem, sem perder o rigor e os apelos da própria ciência. Existem também planos futuros para a produção de um programa de rádio, informa o diretor, que se confessa “animadíssimo” com o projeto.
Portal – O Butantan tem tradição histórica para desenvolver trabalhos científicos desde sua criação, há 107 anos, comenta Mercadante. A questão da divulgação científica está presente desde essa época. Faltava uma estrutura de divulgação, até então, a cargo da Divisão Cultural, não necessariamente composta por jornalistas. A equipe da Assessoria de Imprensa, formada há 4 anos, tem dois jornalistas, um publicitário e um biólogo.
A agência prevê criar quatro vagas de estágio para estudantes do último ano de Jornalismo e de Relações Públicas, durante meio período. No correr do projeto, esse número poderá ser aumentado. Cerca de 20 estudantes e dois professores estarão envolvidos na supervisão dos trabalhos. A idéia é formar pessoal qualificado para trabalhar não só no Instituto, mas também em outras instituições de pesquisa. As atividades, que serão desenvolvidas no Butantan, envolverão projetos de pesquisa e extensão para a divulgação de temas relativos a ciência e tecnologia, com o objetivo de promover a inclusão social das comunidades que não têm acesso à informação, além do planejamento e organização de eventos. As reportagens elaboradas pelos estudantes estarão disponíveis no novo Portal do Instituto, a partir de 2009, à disposição de toda a imprensa nacional e internacional.
Informação para todos – Para o professor José Marques de Melo, diretor titular da Cátedra Unesco/Metodista, “a parceria contribui tanto para maior apropriação pela população do conhecimento gerado pela ciência como possibilitará a formação de novos comunicadores atentos às mais recentes descobertas”.
Marques de Melo diz ser um “obstinado pela idéia”, desde 1968, ano em que essa história começou, durante a inauguração do Departamento de Jornalismo Laboratorial da Escola de Comunicação e Artes (ECA), da Universidade de São Paulo, onde lecionava. “Já naquele tempo, faltava informação científica para o grande público, só a elite tinha acesso. Com esse passo, agora, podemos chegar à popularização da ciência”. Segundo o professor Melo, a Metodista tem realizado uma série de atividades editoriais e jornalísticas, inclusive com a Imprensa Oficial do Estado. Parte desse trabalho científico já tem um braço forte – o da Saúde – que consiste em trabalhar a idéia da promoção da saúde e da prevenção. “Temos realizado conferências e palestras sobre o tema em todo o País há mais de dez anos. São assuntos que vão desde saúde da família, em vários aspectos. Muitas das conferências já renderam várias publicações”.
Para a professora Maria Cristina Gobbi, diretora-suplente da Cátedra Unesco/Metodista, “a mídia não pauta assuntos relacionados à ciência. Não há espaço em jornais e revistas para desenvolver esse tipo de assunto. Por isso, a iniciativa visa a aproximar os alunos de comunicação dos cientistas com a supervisão do Butantan. Trata-se de um projeto que produzirá seus resultados a longo prazo”.
Maria das Graças Leocadio, da Agência Imprensa Oficial
(M.C.)
09/25/2008
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