Cristovam defende federalização da escola pública
O senador Cristovam Buarque (PT-DF) defendeu nesta quarta-feira (20) a federalização da educação básica, que reúne a educação infantil e os ensinos fundamental e médio. Ele explicou que a federalização não significa que o governo deva assumir todas as 180 mil escolas, nem os 2,5 milhões de professores e nem tentar gerenciar em Brasília todo o sistema estadual e municipal de ensino.
- A federalização significa que o governo federal tomará as crianças brasileiras como uma preocupação nacional, suas escolas como uma preocupação de todo o Brasil e não de cada cidade - assinalou.
Para o senador, o tratamento dado às crianças nos municípios, sem o envolvimento o presidente da República, está dividindo o país. Ele disse que a educação, que deveria ser o instrumento de identidade nacional, está sendo o "vetor da desindentidade" por causa da "diferença brutal" entre uma escola e outra. Cristovam sugeriu que o governo assuma três responsabilidades: definir um mínimo para o salário e a qualificação do professor brasileiro aprovado em concurso público aplicado pela União; definir um mínimo para o conteúdo do curriculum de cada série, que seja ensinado em cada escola; e definir um mínimo para as edificações e equipamentos para cada escola.
- O Brasil já federalizou sua universidade, que serve à elite rica; federalizou as escolas técnicas, que servem ao sistema econômico; federalizou a educação básica no Distrito Federal, para os filhos do que moram na capital; federalizou até mesmo a educação privada, que é em parte paga pela Receita Federal, ao abrir mão do Imposto de Renda dos pais das crianças. Mas, se nega até mesmo a pensar em como federalizar a escola pública - afirmou.
O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) destacou a importância do debate sobre o tema. O senador Romeu Tuma (PFL-SP) disse que dormiu mal após assistir à reportagem do Fantástico sobre o desvio de recursos do Bolsa Escola. Ele disse ainda que, aos olhos de um policial, "tinha que meter todo mundo em cana".
Cristovam também comentou o desfecho do episódio envolvendo o Comando do Exército, que emitiu uma nota sobre a divulgação de fotos do jornalista Vladimir Herzog na prisão, no período da ditadura militar. Para o senador, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfrentou o episódio de maneira firme e correta
- A nação brasileira esperou ansiosa para que fosse esclarecido se houve erro de linguagem, cometido por algum profissional descuidado, ou se teria havido um erro de concepção por parte de algum sobrevivente do tempo da ditadura. Felizmente o erro foi de linguagem e uma nova nota foi elaborada, em sintonia com os tempos democráticos de hoje, deixando claro o que todos sabemos, que o Exército brasileiro atual nada tem a ver com o passado autoritário - disse.
O senador Edison Lobão (PFL-MA) ressaltou que o comandante do Exército, general Albuquerque, estava em viagem ao exterior, "mas corrigiu em tempo a nota e defendeu a democracia".
20/10/2004
Agência Senado
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