Cristovam diz que a fidelidade deve ser a princípios e não a partidos



O senador Cristovam Buarque (PDT) afirmou em Plenário nesta sexta-feira (5) que a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de considerar que o mandato pertence ao partido, e não ao parlamentar, não resolve os problemas políticos do país. Para Cristovam, a fidelidade deve ser manifestada em relação aos princípios do partido, e não somente à sigla.

Para o senador, a fidelidade deveria estar presente, de forma natural, no comportamento dos políticos para que não houvesse necessidade de manifestações como a do STF. Cristovam destacou que tanto os políticos como os partidos devem ser fiéis aos compromissos assumidos com os eleitores.

- Isso deveria ser algo tão entranhado dentro de cada político que não deveria ser necessário que o Supremo Tribunal se intrometesse nesse assunto. Lamentavelmente, fidelidade não é um valor entranhado na ação dos políticos. Se discute fidelidade à sigla, não se discute fidelidade a compromissos, à coerência, a princípios - disse o senador.

O senador lembrou que alguns políticos se afastaram de seus partidos para continuarem fiéis a princípios que consideram fundamentais. Como exemplo, citou o seu próprio afastamento e o da ex-senadora Heloísa Helena do PT, por discordarem da atuação do partido.

- Quem é mais infiel? Quem saiu, por exemplo, do PT, como eu, por discordar do encaminhamento das coisas ou quem ficou e aceitou a mudança de princípios? Mudei de partido para continuar fiel aos princípios, mudei de partido para ser coerente - afirmou.

CCJ

Ao final da sessão, o senador Cristovam voltou a falar para transmitir um apelo do senador Heráclito Fortes (DEM-PI) que, por ter que se afastar do Senado durante a sessão, pediu para que Cristovam transmitisse pedido ao líder do PMDB, senador Valdir Raupp (RO), bem como ao ex-presidente da República senador José Sarney (PMDB-AP), para que revejam a decisão do partido de destituir os senadores do PMDB Pedro Simon (RS) e Jarbas Vasconcelos (PE) da composição da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ).

Cristovam lembrou que quando deixou o PT, foi afastado de vaga que ocupava na Comissão de Educação (CE), o que considerou pertinente, uma vez que a vaga naquela comissão pertencia ao partido. Contou ainda que na ocasião, o DEM, então PFL, cedeu uma das vaga a que tinha direito na CE para que pudesse permanecer no colegiado. Da mesma forma, sugeriu que agora algum partido com assento na CCJ indique Simon e Jarbas Vasconcelos para a comissão - atitude que vai, inclusive, defender junto ao seu partido, o PDT, segundo informou, já que a sigla está com a suplência vaga na CCJ.



05/10/2007

Agência Senado


Artigos Relacionados


Cristovam defende fidelidade aos princípios partidários

Cristovam apresenta projeto para cobrar de partidos fidelidade ao programa

Fux prega fidelidade aos princípios constitucionais

Partidos que mudarem programa não poderão exigir fidelidade de eleitos

Aprovada em comissão regra para garantir fidelidade a partidos

Comissão mantém regra de fidelidade e veta federação de partidos