Cristovam diz que lição do 3º Fórum de Civilizações foi o investimento no conhecimento
O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) relatou em Plenário, nesta segunda-feira (31), sua participação no 3º Fórum Mundial da Aliança de Civilizações, promovido pela Unesco no Rio de Janeiro no fim de semana. Segundo o senador, uma das conclusões do encontro foi a de que a "ponte entre as culturas", que pode propiciar o diálogo de civilizações, é a escola.
Cristovam lembrou que hoje já não é mais viável a divisão entre países de primeiro, segundo e terceiro mundo, uma vez que em todos os países pode-se encontrar abismos econômicos e culturais entre a população que resultam, na prática, em culturas diferentes dentro de uma mesma nação.
Na avaliação do senador, a única forma de fazer surgir o diálogo entre essas culturas é proporcionar a todos o acesso à escola, que ele considera "uma escada social por onde subir", desde que haja talento, vocação e persistência e não apenas sorte, como ocorre hoje. Cristovam ressaltou que a escola propicia igualdade de oportunidades, e é o local onde pode ser feita uma revolução de conteúdo, priorizando as questões realmente relevantes para a sociedade, entre elas a paz a saúde e o desenvolvimento sustentável.
- É na escola que a gente pode construir a ponte entre as culturas, que a gente pode construir a esquina onde as culturas se encontram. Esse foi o resultado mais importante desse encontro - afirmou.
O senador citou a diretora da Unesco, Irina Bokova, que afirmou ser necessária uma maneira nova de ver o mundo, em que o Produto Interno Bruto (PIB), indicador de produção de riqueza, seja substituído por um novo conceito que indique bem-estar, civilização, "felicidade até" e no qual a maneira como se vê o processo de desenvolvimento inclua a garantia do equilíbrio ecológico para manter a sobrevivência de todas as espécies, inclusive a espécie humana.
- E daí sai a ideia de que é necessário um grande programa para resolver a tragédia educacional do mundo inteiro - disse o senador.
Segundo o senador, o encontro mostrou que é preciso romper com a visão tradicional de que o desenvolvimento era basicamente econômico e vinha da indústria.
- Percebemos agora que o desenvolvimento é basicamente intelectual, na economia do conhecimento; que o capital conhecimento é mais importante hoje que o capital financeiro, que o capital máquina, e que vem da fábrica de conhecimento, que é a escola - explicou.
O evento, informou o senador, reuniu duas mil pessoas, 150 representações estrangeiras, entre as quais algumas dirigidas por chefes de estado, além disso, o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-Moon, e a diretora-geral da Unesco.
31/05/2010
Agência Senado
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