Cristovam diz que retirou assinatura da CPI porque acordo de líderes foi rompido
O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) voltou a explicar, nesta segunda-feira (18), por que retirou sua assinatura do requerimento de abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras. Ele reiterou que a decisão foi tomada após o rompimento do acordo de líderes feito na quinta-feira passada. Esse acordo - do qual o PSDB não fez parte - previa que, antes de se decidir pela abertura da CPI, o Senado ouviria o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli.
- Qual não foi a minha surpresa ao saber que aquele procedimento responsável e sério [o acordo] tinha sido deixado de lado - declarou Cristovam.
O senador ressaltou que a Petrobras tem de prestar esclarecimentos sobre as diversas denúncias de irregularidades que há contra a estatal, mas também argumentou que isso poderia ocorrer por meio da audiência pública prevista no acordo de líderes.
- E se as perguntas dos senadores forem esclarecidas pelo presidente da Petrobras [dispensando, assim, a necessidade de CPI]? - questionou ele.
Cristovam disse que uma audiência pode se estender por várias horas, para que os parlamentares tirem suas dúvidas, mas que ainda assim não duraria mais que um dia - em contraste com uma CPI, que pode durar meses. Ele argumentou que, mesmo que ao fim de uma CPI nenhuma suspeita venha a ser comprovada, "poderá haver prejuízos para a Petrobras, como a queda das ações" da empresa.
O senador disse ainda que sua decisão não foi influenciada pelo governo - que tentou reverter a abertura da CPI até a noite da sexta-feira passada.
- O governo não me deve nada por isso. Assinei com a mesma convicção com a qual retirei [a assinatura]. Sei que é um gesto de grande desgaste - disse.
18/05/2009
Agência Senado
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