Cristovam questiona assinatura de contrato do DF com Cingapura em apenas 13 dias



Em discurso nesta segunda-feira (29), o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) voltou a criticar a assinatura de contrato entre o governo do Distrito Federal, por meio da Terracap, e uma empresa de Cingapura para planejar o desenvolvimento econômico e estratégico de Brasília para os próximos 50 anos. O senador considerou "uma coisa esdrúxula” que a proposta tenha sido recebida e aprovada em apenas 13 dias, numa tramitação acelerada e com documentos em inglês, já que a tradução juramentada só surgiu após a assinatura do contrato.

- Não é o certo, não é o correto, é prova de um subdesenvolvimento, de uma submissão, de um provincianismo vergonhosos. E o que está por trás? Alguma coisa está – disse.

Na opinião de Cristovam, esse contrato só pode representar duas coisas: ou é um factoide, para se dizer que o governo  está fazendo algo, já que nada fez na educação, na saúde ou na segurança pública; ou então, está faltando dinheiro para a conclusão do estádio para a Copa do Mundo e a saída encontrada foi vender o mais rapidamente possível terrenos de propriedade da Terracap para investir no estádio.

- Vai se jogar todo o dinheiro da venda de grandes lotes, de caros terrenos, num momento ruim para se vender, pois há depressão do mercado no país e no mundo inteiro, para jogar num estádio – protestou.

Cristovam lembrou que o próprio governador Agnelo Queiroz, durante a campanha ao governo, criticava a construção do estádio e a taxava de “megalomania superfaturada”. E acusou o governador de dar continuidade à obra de seu antecessor por um preço muito mais elevado, para uma construção que, na visão dele, ficará ociosa e com enormes custos de manutenção.

Cristovam frisou que o contrato – que recebeu depois de muita insistência por meio do Facebook, mas sem respostas a seus questionamentos, feitos há algumas semanas – foi assinado sem licitação com a Terracap e ao longo de 39 páginas não cita que Brasília é patrimônio histórico da humanidade. Também não desenvolve soluções para abastecimento de água, luz, transporte, infraestrutura, e nem sequer as sugestões precisam ser compatíveis com as leis brasileiras. Tudo isso, observa, mostra que o governo está radicalmente equivocado, e ainda assim insiste em não debater o assunto.

- Lamento muito que, pelo dia do servidor público, eu tenha elogiado os servidores e os parabenizado, mas tenha gastado toda minha fala para criticar aquele que deveria ser o servidor número um do Distrito Federal, e que não está à altura do que precisamos – disse.



29/10/2012

Agência Senado


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