Cristovam propõe mutirão parlamentar de proteção às crianças



Um mutirão para analisar todas as proposições que tramitam no Senado e que tenham relação com a segurança, a saúde e a educação das crianças foi proposto nesta sexta-feira (25), em Plenário, pelo senador Cristovam Buarque (PDT-DF). O parlamentar informou, ainda, que também propôs ao presidente do Senado, Garibaldi Alves, a realização de uma sessão especial dedicada a debater os problemas das crianças brasileiras.

- Eu acho que é difícil. Tantas coisas que os senadores têm para fazer. Ano de eleição municipal. Dificilmente a gente vai ter tempo para sentarmos, todos juntos aqui, e discutirmos como fechar as janelas do trem da História pelas quais nós estamos jogando as crianças - criticou o senador.

Na avaliação de Cristovam, a idéia do mutirão pode ser de mais fácil execução. E, depois de ler uma lista de nomes de crianças recentemente assassinadas no Brasil, como Isabela Nardoni, Izabela Tainara Faria e João Hélio, o senador alertou que está na hora de transformar essa realidade e fazer com que os crimes contra as crianças, "se houver", sejam exceções, e não "algo doentio de uma sociedade, que é o que está acontecendo agora", conforme classificou.

- Quando a gente vê uma lista de crianças sendo assassinadas é porque há algo mais profundo do que uma mente doentia de um assassino. Há algo errado na sociedade brasileira que está provocando isso não como caso esporádico, isolado e raro, mas em seqüência - disse .

Entre as causas, Cristovam citou tanto o sistema jurídico que, para ele, facilita a impunidade, quanto a tolerância da sociedade em relação à violência contra a criança, tanto do ponto de vista individual quanto social.

Cristovam calculou ainda que, durante o tempo em que fazia seu discurso, cerca de três mil crianças foram jogadas nas ruas, fora das escolas, simbolicamente jogadas pela janela da História.

- Vivemos numa sociedade em que se transformou em fato natural o abandono das crianças. Não fazemos como o bandido que joga uma criança da janela do apartamento onde vive, mas jogamos, sim, as crianças pela janela da História, por essa outra janela, a janela do futuro. Nós jogamos para fora neste país centenas de milhares e milhões de crianças - lamentou o senador.



25/04/2008

Agência Senado


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