Cristovam quer que Senado volte a discutir imposto sobre grandes fortunas




O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) propôs nesta quinta-feira (25), em Plenário, a volta da discussão sobre um imposto para taxar grandes fortunas. O dinheiro, de acordo com o senador, poderia promover "uma revolução na educação". O senador lamentou que todas as iniciativas sobre esse assunto feitas no passado acabaram sendo rejeitadas e propôs a criação de um grupo para estudar uma nova proposta.

- Eu venho aqui sugerir que nós tomemos a iniciativa de estudá-los e, quem sabe, de conversar com eles, os banqueiros, com os grandes empresários, com os donos das grandes fortunas - propôs o senador.

No artigo 153, a Constituição Federal prevê que compete à União o estabelecimento deste tipo de imposto, mas propostas apresentadas, entre outros, pelo senador Paulo Paim (PT-RS) e pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, à época em que era senador, foram arquivadas. Os motivos alegados são a dificuldade de fazer a cobrança e possibilidade de fuga de capital do país.

- Se essas forem as razões, estamos ofendendo os brasileiros. Estão ofendendo os ricos por falta de patriotismo; e os técnicos da Receita Federal por incompetência - argumentou o senador, que disse considerar os técnicos da Receita Federal incluídos entre os mais competentes do mundo.

Quanto aos ricos, o senador citou os exemplos de Warren Buffett, considerado o homem mais abastado do mundo, que há alguns dias escreveu um artigo com a proposta de mais impostos para quem tem mais dinheiro nos Estados Unidos, e de um grupo de 16 franceses que também se propunham a pagar mais impostos para ajudar seu país a sair da crise.

Cristovam afirmou ter apresentado à presidente Dilma Rousseff um documento com propostas para uma revolução na educação brasileira, com a federalização de todas as escolas do Brasil, que funcionariam em horário integral, e salários de R$ 9 mil para professores, que teriam a exigência de dedicação exclusiva e avaliação anual. O custo, segundo ele, seria de R$ 60 bilhões, que poderiam ser pagos se o governo adiasse o pagamento das dívidas com bancos, que chegam a R$ 600 bilhões.

- A gente pode reunir os credores numa mesa e discutir com eles, negociar com eles, acertar com eles. Vamos buscar uma forma de transformar essa dívida em algo positivo, sem pedir perdão da dívida, apenas pedir um alongamento - sugeriu.



25/08/2011

Agência Senado


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