Cristovam quer reunir senadores do DF, MG e GO para discutir violência
Ao opinar que uma guerra civil está sendo travada no entorno de Brasília e lamentar que o jornalista Amaury Ribeiro Júnior, do jornal Correio Braziliense, tenha sido baleado na última quarta-feira (19) quando apurava informações para uma reportagem sobre a violência no entorno, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) pediu à Mesa que organize uma reunião entre os senadores de Minas Gerais, Distrito Federal e Goiás para buscar soluções para o problema.
Minas e Goiás são os estados aos quais pertencem os municípios localizados no entorno do Distrito Federal que sofrem as conseqüências do crime organizado. Cristovam Buarque disse que, se para o cidadão comum não há diferença entre a violência registrada no Rio de Janeiro, em São Paulo ou no entorno de Brasília, para as instituições democráticas o recrudescimento da criminalidade nas proximidades da capital do país é mais dramático e perigoso.
- Nós, os nove senadores juntos, podemos encontrar um caminho para enfrentar a criminalidade que hoje ocorre na região. De repente podemos até agendar visitas aos governadores do Distrito Federal, de Minas Gerais e de Goiás e também ao ministro da Justiça para apresentar nossas propostas. O Senado é o lugar onde os estados se encontram, conversam e devem buscar soluções para os seus problemas - afirmou o senador.
O representante do Distrito Federal opinou que em vez de apenas fazer pronunciamentos e discutir, os senadores devem se envolver na busca de soluções para os problemas do país. Ele pediu que o Congresso Nacional, sobretudo o Senado, assuma um papel mais ativo e não se limite a aguardar que o Poder Executivo tome a iniciativa.
Cristovam Buarque lembrou que essa omissão do Senado, somada à recente votação no Plenário que absolveu o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) - decisão que teria contrariado à opinião pública - motivou personalidades políticas a defenderem a extinção do Senado. Ele citou como exemplo artigo do deputado estadual paulista pelo PT, Rui Falcão, publicado na edição desta quinta-feira (20) da Folha de S. Paulo.
O senador opinou que por trás destes supostos ataques que a instituição Senado está sofrendo existiria a intenção dos estados mais fortes - no caso o Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais - controlarem os mais fracos. Ele advertiu que a extinção do Senado implicaria em transformar a República federativa em unitária, dominada pelos três estados.
- Se o Senado for extinto é melhor mudar o nome do Brasil para República de São Paulo. Aqui temos três senadores por estado, independente do seu tamanho. Na Câmara, as representações são de acordo com a população. As deliberações são tomadas sem que sejam respeitados os interesses específicos de cada estado. A população precisa de uma casa revisora - defendeu Cristovam.
Em aparte, o senador Valter Pereira (PMDB-MS) criticou a profunda desigualdade que existe na distribuição dos recursos arrecadados através de tributos no país. Ele disse que a União concentra a maior parte da arrecadação em detrimento de estados e municípios. Já o senador Mão Santa (PMDB-PI) lembrou que somente no Senado o Piauí tem os mesmos direitos que São Paulo.
Em nome da Mesa, Tião Viana (PT-AC) determinou o encaminhamento de cópia a Rui Falcão de discurso que proferiu defendendo o Senado e o princípio federativo quando o presidente do PT, Ricardo Berzoini, sugeriu a extinção da Casa.
20/09/2007
Agência Senado
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