Cultura: Crianças carentes aprendem a produzir audiovisual
Secretaria oferece oficinas de animação a crianças e adolescentes carentes
O Projeto Bem-te-vi é a mais recente novidade da Secretaria de Estado da Cultura. O público alvo são crianças e adolescentes carentes e o objetivo, proporcionar um espaço permanente de criação artística audiovisual. O Bem-te-vi oferecerá oficinas de animação, documentário, ficção, rádio, jornal, teatro (criação de textos, produção e interpretação), com duração de três meses, com quatro horas semanais, em turmas com no máximo 15 alunos. O projeto terá início no dia 10 de abril, com aula inaugural do secretário João Batista de Andrade, na Favela de Heliópolis, na Zona Sul da capital. As inscrições para participar das oficinas já estão abertas.
Além de seu caráter cultural, o projeto também se preocupa com a inclusão social das crianças, uma vez que propõe a formação de futuros profissionais da área de audiovisual. Os chamados ninhos (locais onde acontecerão os cursos, e possuem este nome por ser os locais próprios para “chocar” os projetos) ficarão localizados em ONG’s parceiras e oficinas culturais que pertencem ao Estado de São Paulo. O projeto possui um equipamento de projeção, que rodará os ninhos apresentando filmes do Ecocine, que é o Festival Internacional de Cinema Ambiental, todos os sábados. “A previsão é que, no trimestre de duração do curso, cada ninho receba os equipamentos cerca de duas vezes”, afirma a coordenadora de produção do projeto Danielle Bertolini. Além deste equipamento de projeção, cada ninho possui computadores, com programas de edição de imagens e sons.
Os filmes do Ecocine também serão utilizados pelos coordenadores das aulas, para que os alunos tenham contato com grandes produções audiovisuais e que se tornem espectadores críticos deste tipo de arte. Segundo Danielle, os coordenadores também poderão utilizar filmes de seu próprio acervo. “Se o coordenador possuir alguma produção que seja relevante para os alunos, poderá trazer e exibir”, diz. Ao final do curso, será emitido um certificado para os alunos participantes, que também produzirão um filme que será exibido para o público.
Na elaboração do projeto, o secretário João Batista de Andrade conta que partiu realidade do mundo atual. O audiovisual, constata ele, é importante para o mundo de hoje tanto do ponto de vista cultural como educacional, além de ser um mercado de trabalho que emprega muito e que se encontra em expansão. Outra constatação diz respeito à produção nacional. “Os desenhos animados que o Brasil exibe hoje são 100% importados”, afirma. Por fim, o que motivou a criação do projeto foi a necessidade de ensinar às crianças algo que faz sentido para a sociedade. “As crianças carentes passam anos na escola e saem sem saber ler e escrever”, diz o secretário. “Ao colocar câmeras em suas mãos, elas aprendem a manusear com rapidez. A tecnologia está de acordo com a época na qual elas vivem.”
Além deste projeto para as crianças, o secretário planeja a continuidade. “Estou pensando em algo que vá além, como um Ensino Médio profissionalizante de audiovisual.” Os alunos que se destacarem durante o curso e que demonstrarem ter talento poderão ser encaminhados para aprimoramento na área de audiovisual.
Para mais informações sobre o projeto e de como se inscrever, o tele
04/10/2006
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