Dados do Inpe mostram que caíram pela metade as queimadas durante a colheita da cana em São Paulo
Mais da metade da safra 2009-2010 de cana-de-açúcar no estado de São Paulo foi colhida sem a prática de queima da palha. O projeto Canasat, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que monitora por imagens de satélites o modo de colheita da cana, mostrou que 55,7% da última safra foi realizada sem a queima. Desde o início deste monitoramento, em 2006, foi a primeira vez que a colheita sem queima superou a colheita com queima da palha.
As regiões administrativas tradicionais no cultivo da cana-de-açúcar que registraram as maiores porcentagens de colheita sem queima foram Barretos (61,4%), Central (61,2%) e Campinas (60,7%). Já as regiões administrativas de Marília e Presidente Prudente foram as únicas que tiveram maior porcentagem de área colhida com queima - 56,3% e 50,8%, respectivamente.
A colheita manual, precedida pela queima da palha da cana-de-açúcar, tem sido gradativamente substituída pela mecanização desde a assinatura, em 2007, do Protocolo Agroambiental entre a Secretaria Estadual do Meio Ambiente, a União da Indústria de Cana-de-açúcar do Estado de São Paulo (Unica) e as associações de fornecedores. Os dados do Canasat são usados para avaliar o cumprimento da norma.
O estado de São Paulo é responsável por cerca de 60% da produção de cana-de-açúcar do Brasil. Para a safra 2009-2010, a área disponível para colheita chegou a quase 4,9 milhões de hectares. Uma área tão grande e o longo período da colheita, que se estende de abril a dezembro, inviabilizam uma fiscalização feita somente em campo.
As imagens de satélites, por cobrir grandes extensões territoriais e em períodos regulares de tempo, são ferramentas eficazes para monitorar com segurança as áreas cultivadas e apontar se a colheita foi realizada com ou sem queima da palha.
Canasat
Utilizando técnicas de sensoriamento remoto e geoprocessamento, o Canasat começou em 2003 a mapear a área cultivada e fornecer informações sobre a distribuição espacial da cultura de cana-de-açúcar em São Paulo. A partir de 2005, o mapeamento passou a abranger também Paraná, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
O monitoramento da colheita para verificação se houve ou não a queima da palha, realizado desde 2006, é restrito ao estado de São Paulo, mas deverá ser expandido para os outros estados nos próximos anos. Em 2009, este monitoramento passou a ser mensal para avaliar a evolução da colheita ao longo da safra e auxiliar na fiscalização e no fornecimento de autorização de queimadas da Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São Paulo.
Confira os dados do projeto no site da Canasat
Fonte:
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe)
27/04/2010 10:36
Artigos Relacionados
MARINA SILVA PEDE QUE INPE DIVULGUE DADOS SOBRE QUEIMADAS NA AMAZÕNIA
Dados da FGV mostram queda pela quarta vez consecutiva da confiança do setor de serviços
Aumenta colheita de cana-de-açúcar em SP
SP aumenta em 14% os postos de trabalho na colheita da cana
Colheita mecanizada de cana-de-açúcar cresce no Estado de SP
Inpe registra 2,7 mil focos de queimadas em todo o País