De cada cinco adolescentes com Aids, um abandona o tratamento



Preconceito com a doença e negligência dos pais são os principais motivos da interrupção

00:00 / 00:00

Um em cada cinco dos adolescentes com Aids que fazem acompanhamento no Instituto Emílio Ribas, na capital, abandona o tratamento. Os dados são de um levantamento feito pela unidade da Secretaria da Saúde no ano passado. O preconceito com a doença e a negligência dos pais são os principais motivos.

Siga o Governo do Estado de São Paulo no Twitter e no Facebook

O estudo avaliou 581 adolescentes em tratamento no hospital, com idade entre 12 e 17 anos. Desse total, 131 está há pelo menos seis meses sem agendar uma consulta médica ou comparecer a um retorno. Entre eles, 71 são do sexo masculino e 60 do sexo feminino. A maioria foi infectada pela mãe durante o parto (transmissão vertical).

A rotina social e o preconceito é um desafio para diversos pacientes dessa faixa etária. A médica Marinella Della Negra, infectologista do Emílio Ribas, explica que o fato de ir ao hospital periodicamente e ter que tomar os remédios muitas vezes causa desconforto ao jovem.

Robério Carneiro Jr, médico do ambulatório pediátrico do hospital, explica que a negligência familiar também é um fator negativo. "Existem casos em que a mãe tem problema psicológico e barra o uso de remédios do adolescente. Algumas mães simplesmente não supervisionam se o filho está tomando a medicação de forma correta", alerta. Há também jovens que têm problemas psicológicos e não conseguem dar continuidade ao acompanhamento médico.

Projeto VIDA

O serviço social do Instituto Emílio Ribas faz uma busca ativa pelos adolescentes que não frequentam a unidade há mais de três meses. Devido ao índice de abandono, a instituição criou o programa VIDA (Vivendo a Integração da Adesão), que tem como objetivo acompanhar o jovem durante o tempo que ele está no hospital.

O programa estabelece um canal com o jovem por meio de uma sala multidisciplinar, equipada com computadores, livros, cartilhas e o jogo de tabuleiro Vida, que faz uma alusão à vida de uma pessoa com HIV. A atividade consiste em mostrar que a cada etapa cumprida do tratamento, o jogador avança casas e conquista novos valores, inclusive qualidade de vida.

O voluntariado do hospital também desenvolve o Programa de Adesão Poder Jovem Institucional, que dá oportunidade para troca de experiências, dúvidas e angústias, seja por vergonha ou medo. O projeto tenta ensinar ao jovem com Aids que ele pode ter uma vida como a de qualquer outro adolescente.

Do Portal do Governo do Estado



07/18/2013


Artigos Relacionados


Um em cada três que procuram o Disk-Aids é casado

Uma a cada cinco mulheres que faz teste de HIV é casada

Pesquisa revela que uma a cada cinco mulheres já fez aborto

Um em cada cinco homens usa estimulante sexual inadequadamente

Estudo aponto que um em cada cinco jovens não estuda nem trabalha

Cinco mulheres são agredidas a cada dois minutos no Brasil