De cada cinco adolescentes com Aids, um abandona o tratamento
Preconceito com a doença e negligência dos pais são os principais motivos da interrupção
Um em cada cinco dos adolescentes com Aids que fazem acompanhamento no Instituto Emílio Ribas, na capital, abandona o tratamento. Os dados são de um levantamento feito pela unidade da Secretaria da Saúde no ano passado. O preconceito com a doença e a negligência dos pais são os principais motivos.
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O estudo avaliou 581 adolescentes em tratamento no hospital, com idade entre 12 e 17 anos. Desse total, 131 está há pelo menos seis meses sem agendar uma consulta médica ou comparecer a um retorno. Entre eles, 71 são do sexo masculino e 60 do sexo feminino. A maioria foi infectada pela mãe durante o parto (transmissão vertical).
A rotina social e o preconceito é um desafio para diversos pacientes dessa faixa etária. A médica Marinella Della Negra, infectologista do Emílio Ribas, explica que o fato de ir ao hospital periodicamente e ter que tomar os remédios muitas vezes causa desconforto ao jovem.
Robério Carneiro Jr, médico do ambulatório pediátrico do hospital, explica que a negligência familiar também é um fator negativo. "Existem casos em que a mãe tem problema psicológico e barra o uso de remédios do adolescente. Algumas mães simplesmente não supervisionam se o filho está tomando a medicação de forma correta", alerta. Há também jovens que têm problemas psicológicos e não conseguem dar continuidade ao acompanhamento médico.
Projeto VIDA
O serviço social do Instituto Emílio Ribas faz uma busca ativa pelos adolescentes que não frequentam a unidade há mais de três meses. Devido ao índice de abandono, a instituição criou o programa VIDA (Vivendo a Integração da Adesão), que tem como objetivo acompanhar o jovem durante o tempo que ele está no hospital.
O programa estabelece um canal com o jovem por meio de uma sala multidisciplinar, equipada com computadores, livros, cartilhas e o jogo de tabuleiro Vida, que faz uma alusão à vida de uma pessoa com HIV. A atividade consiste em mostrar que a cada etapa cumprida do tratamento, o jogador avança casas e conquista novos valores, inclusive qualidade de vida.
O voluntariado do hospital também desenvolve o Programa de Adesão Poder Jovem Institucional, que dá oportunidade para troca de experiências, dúvidas e angústias, seja por vergonha ou medo. O projeto tenta ensinar ao jovem com Aids que ele pode ter uma vida como a de qualquer outro adolescente.
Do Portal do Governo do Estado
07/18/2013
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