Debate sobre reforma partidária marca o último discurso de ACM



 Após ouvir 11 senadores em apartes e o próprio presidente do Senado, Renan Calheiros, apoiando suas teses, Antonio Carlos Magalhães (DEM-BA) encerrou seu último discurso em Plenário destacando que trouxera um assunto importante para a reflexão de todos, a fim de buscar a união necessária para que o Congresso tivesse sua imagem reabilitada junto à opinião pública. O assunto que levou o parlamentar à tribuna, em 23 de maio deste ano, foi o fortalecimento dos partidos políticos.

Em seu discurso, o senador disse que qualquer reforma política tem de priorizar a ampliação do caráter democrático das agremiações partidárias que, na sua opinião, devem ficar cada vez mais próximas do povo.

- Urge mantê-las próximas do povo, pois a primeira coisa para legitimar-se um partido é que ele defenda, pelo discurso e pela ação, as causas da sociedade. E a única forma de defender uma causa é conhecê-la de verdade, é estar onde o povo se encontra - afirmou.

Para Antonio Carlos Magalhães, a reformulação partidária deve levar em conta a diversidade cultural brasileira, mediante o trabalho dos diretórios regionais de identificar, em cada unidade da Federação, "os caminhos diversos para alcançar os objetivos nacionais" que sejam comuns à sigla partidária.

- Qualquer partido somente se consolidará nacionalmente à medida que conseguir representar com harmonia o mosaico de aspirações e sonhos regionais do país. Sei do que falo, pois esse é o retrato da minha vida pública - afirmou ainda.

A questão abordada por Antonio Carlos Magalhães incluiu uma crítica ao próprio partido, ao condenar as agremiações que assumem a característica de um partido com domínio "de um só", referindo-se também ao PT.

- O presidente (da República) deve prestigiar o seu partido e fazer com que o partido possa realmente ser um partido político e não um partido que ele domine para fazer os acordos mais absurdos contrários à Nação brasileira. É por isso que quero que tenhamos partidos livres. Por isso, comecei a criticar o meu partido, para que ele seja mais democrático, mais amplo e não um partido que seja domínio de um só - alertou.

O pronunciamento de Antonio Carlos Magalhães, como era comum acontecer sempre que subia à tribuna, promoveu um debate em Plenário que envolveu senadores de diversas agremiações. Os senadores Jefferson Péres (PDT-AM), Tasso Jereissati (PSDB-CE),Sérgio Guerra (PSDB-PE), Arthur Virgílio (PSDB-AM), Tião Viana (PT-AC), José Agripino (DEM-RN), Aloizio Mercadante (PT-SP), Ideli Salvatti (PT-SC), Marco Maciel (DEM-PE), Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN) e Romeu Tuma (PFL-SP) participaram do pronunciamento em apartes. O presidente do Senado, Renan Calheiros, prometeu dar encaminhamento à proposta de reforma política.

Leia a íntegra do último discurso do senador Antonio Carlos Magalhães.



20/07/2007

Agência Senado


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