Debatedores defendem consumo de leite pasteurizado em saquinho



Em audiência pública nesta sexta-feira (27), na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA), destinada a debater os problemas da cadeia produtiva do leite no país, o deputado estadual de Rondônia Jesualdo Pires (PSB) lamentou a falta de interesse dos consumidores brasileiros pelo leite pasteurizado embalado em saquinhos.

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Na avaliação do parlamentar, o leite de saquinho seria uma melhor opção de compra, em relação ao leite UHT (na sigla em inglês, Ultra High Temperature), envasado em caixinhas, tanto em termos de qualidades nutricionais, quanto em termos de preço. O processo industrial de conservação do leite de caixinha, baseado na aplicação de temperaturas elevadas, segundo Jesualdo, provoca perda de vitaminas e encarece o produto final pelo uso predominante de sistema patenteado de embalagem.

- Esse tipo de leite embalado UHT praticamente inexiste em países desenvolvidos. O americano e o europeu não gostam do leite UHT porque sabem que é muito inferior ao leite pasteurizado - disse.

No mesmo sentido, Gustavo Valone, do Ministério do Desenvolvimento Agrário, defendeu a ampliação do consumo de leite em saquinho. De acordo com ele, o leite de caixinha além de ter sabor inferior ao leite pasteurizado, é muitas vezes alvo de fraudes que alteram sua composição normal.

Também Marcius Ribeiro de Freitas, coordenador-geral de Inspeção de Leite do Ministério da Agricultura e Pecuária, reconheceu a melhor qualidade do leite pasteurizado em relação ao UHT, em termos de sabor, mas não considerou significativas as diferenças nutricionais dos dois produtos.

As vantagens do consumo de leite em saquinho, citadas pelo deputado, foram uma das conclusões que resultaram das investigações de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instalada na Assembleia Legislativa de Rondônia, em 2008, para averiguar indícios de formação de cartel no setor de laticínios no estado.

Entre outras causas apontadas pela CPI do leite como importantes para explicar o baixo preço do litro de leite recebido pelos produtores no estado, Jesualdo Pires mencionou a falta de políticas públicas visando à inclusão do leite na merenda escolar; a definição de preços apenas entre os donos de laticínios, sem qualquer participação dos produtores; a destinação de mais de 80% da produção de leite de Rondônia para a fabricação de queijo tipo mussarela, que é o de menor valor agregado no mercado; e a falta de cooperativas de coleta de leite que permitam aos produtores negociar com as indústrias maiores quantidades.



27/05/2011

Agência Senado


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