Delegado denuncia que número de ocorrências não é o real
O titular da Delegacia de Roubos de Cargas, delegado Márcio Zachello, denunciou ontem, na Subcomissão dos Caminhoneiros Desaparecidos, coordenada pelo deputado Francisco Appio (PPB), que o número de ocorrências de roubo de cargas de medicamento não corresponde com a realidade. Segundo o delegado, os proprietários de farmácias, por temerem represálias ou por serem coniventes com as ações dos receptadores não estão denunciando. "Este ano foram registrados apenas três ocorrências de roubo de cargas de remédios. É preciso que sejam feitas as denúncias, caso contrário não conseguiremos solucionar o problema", afirmou.
O representante do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Rio Grande do Sul, Guilherme Leipnitz, defendeu o setor mas apoiou as denúncias de Zachello. "As perdas chegam a quase 20% para as farmácias de pequeno e médio porte. Sabemos que existem pessoas do setor envolvidas com o contrabando, mas as demais não devem pagar pelos crimes dos outros".
A existência de quadrilhas especializadas no furto de medicamentos foi comprovada pela CPI do Crime Organizado, no ano passado. Conforme o então relator Francisco Appio, entre as alternativas para coibir essa prática, estão a fiscalização conjunta desses produtos pela Secretaria da Saúde e da Fazenda Pública e a exigência de nota fiscal.
"Mas a melhor forma de coibir o roubo de medicamentos ainda é a informação", orientou o parlamentar.
A Subcomissão convidou o presidente do Sindicato do Comércio Varejista dos Produtos Farmacêuticos no RS, Milton Antônio Araújo dos Santos e o presidente do Sindicato das Indústrias Farmacêuticas, Thomas Nunecan, para continuar o debate na próxima terça-feira. O encontro inicia às 12h30 no 4º andar da Assembléia.
09/26/2001
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