Demissões em março batem recorde e derrubam taxa de geração de empregos



O mês de março registrou a menor taxa de crescimento do nível de emprego no ano, com um saldo de 92.675 empregos. Os dados fazem parte do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e foram divulgados nesta terça-feira (19). O resultado de março também é o mais baixo para meses de março desde 2009, quando houve geração líquida de 34 mil empregos.

Em março, foram contratadas 1.765.922 pessoas, o terceiro maior número de admissões da série histórica iniciada em 1992. Por outro lado, as demissões atingiram 1.673.247 trabalhadores, também recorde da série histórica.

Segundo o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, o carnaval e a antecipação de contratações foram as principais explicações para essa queda em relação aos meses anteriores. “Como houve mais antecipação [de contratações] no mês de fevereiro e, também, por causa do carnaval, esse resultado foi um pouco menor do que esperávamos”, explicou.

No primeiro trimestre do ano, o saldo de empregos criados atingiu 583.886. O número inclui contratações declaradas com atraso pelas empresas.

O ministro negou que o ritmo de geração de empregos no País esteja em queda. Segundo ele, vai haver recuperação no saldo de empregos no mês de abril. “Não há desaceleração, não vejo isso no mercado de trabalho. Vejo um mês de março atípico. Vamos ter um abril muito bom”, disse.

De acordo com Lupi, as medidas que o governo está tomando na economia, como o aumento da taxa básica de juros (Selic) e restrições ao crédito, não devem ter reflexo no crescimento do emprego. “As medidas tomadas têm muito mais a ver com o controle da inflação do que com o controle do mercado interno e do crescimento da economia. Penso que são medidas que não vão interromper o crescimento da economia e, também, o crescimento da geração de empregos”, afirmou.


Setor de serviços

O setor de serviços foi o que mais gerou empregos em março, com a contratação de 60.309 pessoas, o que representa o terceiro melhor resultado para o mês desde o início da série histórica, em 1992. Os destaques foram os subsetores comércio e administração de imóveis, que abriram 23.451 postos de trabalho.

A indústria de transformação ficou em segundo lugar entre os setores, com a oferta de 14.448 novos empregos. O subsetor da indústria de borracha, fumo e couro foi responsável por pouco mais da metade das contratações da indústria no mês, com 7.754 contratações.

A agricultura obteve o terceiro melhor resultado entre os setores da economia, com geração de 11.400 empregos. A cana-de-açúcar foi o setor que mais contratou (11.918). Apesar disso, houve um número alto de demissões no setor agrícola, como no cultivo de frutas, que fechou o mês com 6.273 vagas a menos.

Entre as regiões, o Sudeste apresentou o melhor resultado, com geração de 75.208 empregos. Seguido pelo Sul (35.734) e Centro-Oeste (10.551).

 

Fonte:
Agência Brasil



19/04/2011 17:39


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