Demóstenes critica Humberto Costa por comportamento "cínico" no escândalo dos vampiros



O senador Demóstenes Torres (PFL-GO) fez nesta quarta-feira (2) severas críticas ao ministro da Saúde, Humberto Costa, e ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pela maneira como o governo vem se conduzindo com relação à -Operação Vampiro-- investigação que revelou esquema de fraudes na venda de hemoderivados ao Ministério da Saúde. Na opinião do parlamentar goiano, Humberto Costa foi encarregado pelo governo de reagir com frieza e -cinismo- aos desgastes provocados pela descoberta de fraudes e da participação nelas de assessores diretos de Humberto Costa.

O ministro, ele próprio, teve sua atuação questionada por Demóstenes, uma vez que teria recebido doação eleitoral de empresa (a Líber Conservação e Serviços Ltda) por ocasião da sua candidatura ao governo de Pernambuco em 2002. A Líber teria obtido pelo menos dois contratos com a Secretaria de Saúde de Recife durante a gestão de Humberto Costa.

O senador referiu-se à maneira evasiva com que o ministro respondeu a perguntas de jornalistas no Programa Roda Viva, da TV Cultura, na última segunda-feira. Ele não teria dado respostas convincentes sobre por que manteve na presidência da Comissão de Licitação Mário Machado da Silva, um -datilógrafo que ostenta injustificáveis sinais de riqueza, como mansão no Lago Norte em Brasília, e lancha de R$ 700 mil-. Outro fato inexplicável seria a surpresa do ministro quanto à participação no episódio do ex-coordenador de assuntos logísticos Luiz Cláudio Gomes da Silva, que foi diretor administrativo-financeiro da Secretaria de Saúde do Recife.

- Ele e o ministro são próximos. E são robustas as evidências de que Luiz Cláudio é um malandro conhecido no seu estado - afirmou Demóstenes.

Referindo-se à revelação de que o subsecretário para Assuntos Administrativos, Ivan Batista Coelho, também participou do esquema de -vampiros-, o senador pefelista observou que o PT pratica no governo tudo o que condena desde 1985. Ele também criticou Lula pela falta de preparo intelectual para governar.



02/06/2004

Agência Senado


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