Denise Abreu levará à CI acusações contra Dilma Rousseff
A Comissão de Serviços de Infra-Estrutura (CI) ouve na manhã desta quarta-feira (11) Denise Abreu, ex-diretora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), sobre as acusações que ela fez contra a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. Denise disse à imprensa que a ministra a pressionou, assim como a outros dirigentes da Anac, para que favorecessem a compra da Varig e da Variglog, deixando de solicitar os documentos que comprovariam a capacidade financeira dos três sócios brasileiros - Marco Antonio Audi, Luiz Eduardo Gallo e Marcos Haftel - do fundo de investimentos americano Matlin Patterson.
Em sua edição desta terça (10), o jornal O Globo publicou que um acordo secreto, assinado quase cinco meses antes da compra da VarigLog, obrigava os três sócios a vender suas ações na Volo do Brasil à Volo LLC, que pertence ao fundo Matlin Patterson. A matéria acrescenta que, com a saída dos brasileiros, a VarigLog - que posteriormente compraria a Varig - seria controlada por capital estrangeiro, o que é proibido pelalegislação brasileira. De acordo com o jornal, a confirmação do contrato pode anular a operação de venda da VarigLog, sob a alegação de fraude processual.
A audiência pública está marcada para as 10h. Além de Denise Abreu, já confirmaram presença na CI, entre os convidados, o ex-presidente da Anac Milton Zuanazzi; o ex-procurador-geral da Anac João Ilídio de Lima Filho; e o ex-diretor da Anac Leur Lomanto. A secretaria da comissão aguardava ainda na noite desta terça-feira (10) a confirmação da presença do ex-procurador-geral da Fazenda Manuel Felipe Brandão, que se posicionou contra o fato de os compradores da Varig ficarem livres de uma dívida tributária de R$ 2 bilhões; e do ex-diretor da Anac Jorge Velozo. O juiz Luiz Roberto Ayoub, da 1ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, que julgou o caso Varig, justificou sua ausência por motivos profissionais.
Na quarta-feira da semana que vem (18), a CI fará outra audiência pública sobre o assunto. Estão previstos os depoimentos do advogado Roberto Teixeira, compadre do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e que, de acordo com denúncias, usou a sua influência junto ao governo para facilitar a venda da Varig ao fundo americano; e dos três sócios brasileiros.
10/06/2008
Agência Senado
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