Deputados dão enfoque político à discussão da Uergs
Na conclusão dos trabalhos da audiência do Fórum Democrático, que discutiu o projeto da Universidade Estadual, os deputados que integram a Comissão de Educação, presidida pelo deputado Onyx Lorenzoni (PFL) e participam do fórum, avaliaram o tema, manifestando-se sobre os desdobramentos que cada bancada pretende na discussão e votação do projeto de lei. O deputado Edson Portilho (PT), que é vice-presidente da Comissão, disse que a bancada de sustentação do governo está fazendo todo o esforço para que o projeto do Executivo Estadual, que propõe a criação da Uergs, seja votado antes do recesso parlamentar.
“Estamos buscando um acordo com as demais bancadas da Casa, para viabilizar esta votação até o dia 28 de junho”. Disse ainda ser necessário “promover um grande debate com o conjunto das bancadas, com os Coredes e com o governo, para dinamizar as emendas e viabilizar a votação em plenário”.
O deputado Paulo Azeredo (PDT) criticou a forma como o governo encaminhou a questão, afirmando que “o projeto veio para a Assembléia pronto e acabado, mas que a Assembléia não abre mão de debater a fundo o tema, fazer todas as emendas que julgar necessárias”. Na sua visão todas as questões que suscitam dúvidas têm que ficar claras e contempladas pela lei, rejeitando o que classificou de tentativa do governo de “enfiar goela abaixo o seu projeto”.
A deputada Jussara Cony (PC do B) definiu o debate em torno da Uegs como uma questão de princípios, sustentando que a questão de fundo é que a universidade se propõe a formar uma massa crítica, gerar o debate de idéias e é isso que incomoda os que são contra ela porque percebem que o projeto é antagônico ao projeto do governo Fernando Henrique. Disse que o debate é ideológico e acusou a oposição de tentar escamotear essa questão quando tenta transformar a discussão com um debate “legalista, técnico ou administrativo”.
O deputado Vilson Covatti (PPB) observou já existirem alguns consensos importantes entre os deputados acerca do projeto, destacando entre eles a idéia de que na criação da Uergs não sejam usados recursos do crédito educativo; que exista prioridade para estudantes oriundos do ensino público estadual no ingresso à universidade; que o estatuto da Uergs seja aprovado por lei específica e não por decreto do governador, entre outros. Disse, por fim, ironizando, que aprovando o projeto, a oposição vai ajudar o governo a cumprir suas promessas de campanha.
A deputada Iara Wortmann (PMDB) rejeitou os argumentos da bancada governista de que o projeto da Uergs deva ser aprovado por inteiro e que a oposição está tentando descaracterizá-lo. Disse que “não é possível descaracterizar nem se aprovar por inteiro aquilo que não tem cara”, alertando que a Assembléia vai aprovar a criação da Universidade Estadual, “mas com a cara que os gaúchos querem”, valorizando com isso todo o processo de discussão promovido nas diversas edições do Fórum Democrático em todo o Estado.
05/28/2001
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