Descoberta precoce aumenta chances de cura no câncer de mama



Neste ano, aproximadamente 57 mil mulheres devem receber o diagnóstico do câncer de mama, segundo previsão da Estimativa 2014 – Incidência de Câncer no Brasil, publicação feita pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca). A chance de cura é sempre maior quando o tumor é descoberto precocemente. A faixa etária de 50 a 69 anos é definida como prioritária para a realização do exame preventivo da mama pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Nos últimos três anos, o Sistema Único de Saúde (SUS) ampliou a realização de mamografias em 25% para o público geral. Para as mulheres de 50 a 69 anos, grupo mais vulnerável ao câncer de mama, a ampliação da oferta de mamografias foi de 30%. Para se ter uma ideia, em 2013 foram oferecidos dois milhões e 300 mil exames para as mulheres dessa faixa etária, contra a oferta de um milhão e setecentos mil procedimentos em 2010.

A realização da mamografia nas mulheres das demais faixas etárias também cresceu nos últimos três anos, aumentando em 18%, saindo de um milhão e setecentos mil exames realizados em 2010 para a oferta de dois milhões de procedimentos em 2012.

Esses procedimentos somaram 2,3 milhões, contra 1,7 milhão neste período. No total, o número de exames realizados em todas as faixas etárias em 2012 atingiu a marca de 4,4 milhões, representando um crescimento de 25,4% em relação a 2010, quando foram feitos 3,5 milhões.

Em novembro do ano passado, o Ministério da Saúde publicou a portaria 1.253, que traz novas regras que asseguram recursos para a realização do procedimento em todas as faixas etárias. A faixa etária de 50 a 69 anos é definida como prioritária para a realização do exame preventivo pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e seguida pelo Ministério da Saúde diante da maior incidência da doença nesse grupo.

Depoimentos

Em 2011, Vilma Célia Gomes de Moraes Souza, de 54 anos, descobriu que estava com câncer de mama. “Quando contam que você tem câncer, você desaba, pois é uma palavra que dá medo. Então fui pra casa e chorei”, lembra. “Foi quando minha filha disse que isso é passível de tratamento, que devo fazer o tratamento e mais o que for preciso”, disse Vilma, para quem o apoio da família foi fundamental.

Neste dia 04 de fevereiro, Dia Mundial do Câncer, ela está recuperada e esperando fazer a reconstrução da mama ainda em março de 2014. Para falar de histórias de superação do câncer como essa, o Blog da Saúde traz, durante o mês de fevereiro, relatos de quem venceu a doença. Confira a história de Vilma:

“Não é fácil. Quando você descobre a doença a sensação é que você vai morrer. Mas não é bem assim, o câncer tem cura, é só seguir o tratamento, ter força e fé”, explica Vilma. Apesar de fazer exames rotineiramente e sempre se cuidar, ela percebeu que o nódulo do seio que acompanhava estava crescendo. “Meu nódulo era um tumor infiltrante, é o pior tipo. A médica falou que teria que tirar a mama para não espalhar pelo corpo todo”, comenta Vilma.

Enfermeira e advogada, Vilma teve que pedir licença do emprego de enfermeira e continuou apenas advogando. Fora isso, diz que continuou levando a vida normalmente. “Caminhava todo dia e fazia dança de salão uma vez por semana. Não com a intensidade que fazia antes, pois a gente cansa um pouco”, narra a enfermeira. Às quartas-feiras ela fazia quimioterapia e no dia seguinte já estava dançando. “Era essa minha atividade para tira o estresse. Servira como um estímulo, uma atividade lúdica para não ficar muito atrelada a doença”, explica Vilma Célia.

As atividades fizeram ela se sentir bem e encarar a mastectomia - que é a retira completa da mama. “Continuei a mesma pessoa. Mesmo não tendo mama me considero uma pessoa bonita, uma pessoa atraente. Não tenho vergonha de me olhar no espelho, nem de me despir na frente do meu marido. Considero-me uma mulher normal, como outra qualquer”, ressalta.

Enquanto não faz a reconstrução da mama, Vilma usa enchimento e diz usar até vestido tomara-que-caia sem problemas. Experiências como a da Vilma ajudam outras mulheres a enfrentar o drama de um câncer de mama. Por isso, ela participou de ações desenvolvidas pelo Instituto Nacional do Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA) para estimular quem ainda está lutando contra a doença.

Investimentos

 Ao todo, o investimento do governo federal em oncologia disparou de R$ 1,9 bilhão para R$ 2,4 bilhões, no período de 2010 a 2012. Além desses recursos, estão reservados ao setor, para o período de 2011 a 2014, R$ 4,5 bilhões em programa estratégico de prevenção do câncer de colo do útero e de mama, que prevê também o fortalecimento da rede de assistência e diagnóstico precoce.

 Além do investimento financeiro, o Ministério da Saúde tem desenvolvido táticas diversificadas para aprimorar a qualidade do exame a ampliar o acesso ao diagnóstico precoce. Um dos exemplos é o lançamento do Serviço de Referência para o Diagnóstico de Câncer de Mama (SDM), na semana passada, que vai disponibilizar R$ 3,7 milhões por ano para incentivar unidades habilitadas em oncologia a ampliarem o acesso às mamografias.

As unidades habilitadas receberão 60% a mais pela realização dos exames, como incentivo para a adesão à estratégia, concentrando o atendimento a pacientes em uma unidade de referência, e ofertando, em um só local, uma série de exames para diagnóstico de câncer de colo do útero ou de mama.

 Em 2012, o ministério criou o programa mamografia móvel, que leva o diagnóstico e monitoramento da doença por meio de carretas e barcos a lugares de difícil acesso.  O programa prevê valor diferenciado para as análises feitas em mamógrafos móveis.

 Até o momento, o programa tem três unidades em  Tocantins e previsão de uma quarta, na Bahia. Por iniciativa regional, a população do Distrito Federal e dos estados do Amazonas, Bahia, Maranhão, Minas Gerais, Pernambuco e São Paulo também contam unidades móveis, com exames custeados pelo Ministério da Saúde.

Fontes:
Blog da Saúde
Ministério da Saúde



06/02/2014 11:36


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