Desembolsos do BNDES atingem R$ 55,8 bilhões no primeiro semestre



Os desembolsos do BNDES atingiram R$ 55,8 bilhões no primeiro semestre deste ano, com queda de 6% na comparação com o mesmo período do ano passado. Nos 12 meses encerrados em junho, as liberações do Banco somaram R$ 139,9 bilhões, o que significou uma redução de 9% em relação aos 12 meses anteriores.

Os resultados estão em linha com a expectativa do BNDES de encerrar o ano com equilíbrio nos desembolsos, que devem ficar entre R$ 145 bilhões e R$ 147 bilhões. Ou seja, em patamar semelhante ao de 2010, quando atingiram R$ 143,7 bilhões. O dado de 2010 exclui os R$ 24,7 bilhões utilizados na capitalização da Petrobras, uma operação excepcional realizada em setembro do ano passado.

Embora a expectativa do Banco seja de estabilidade nas liberações, os números do semestre mostram uma intensificação dos financiamentos aos projetos de infraestrutura e ampliação do apoio às empresas de menor porte. O suporte dado à economia por estes investimentos, menos suscetíveis ao impacto de crises externas, é um grande diferencial do Brasil em relação ao cenário internacional.

Considerando as operações diretas da área de infraestrutura (aquelas acima de R$ 10 milhões), a queda nos desembolsos deste setor em relação ao primeiro semestre do ano passado foi de 3%, passando de R$ 5,64 bilhões para R$ 5,47 bilhões. As aprovações, entretanto, cresceram 146% no mesmo período, de R$ 4,30 bilhões para R$ 10,58 bilhões, mostrando um horizonte de intensificação nos investimentos em energia (tanto de fontes convencionais como alternativas) e de logística.

No conjunto das operações de infraestrutura (incluindo aquelas de valor inferior a R$ 10 milhões, realizadas por meio de agentes financeiros), os dados mostram queda de 9% nos desembolsos. A razão principal foi a antecipação de investimentos feita no ano passado por empresas que contrataram operações do Programa BNDES de Sustentação do Investimento (BNDES PSI).


Micro e pequenas empresas

O desempenho das micro, pequenas e médias empresas, com participação crescente nos desembolsos totais do Banco, foi destaque no primeiro semestre do ano. As liberações às MPMEs somaram R$ 23,2 bilhões em janeiro/junho último, representando 42% do total. Em 2010, essa participação era de 32% e, em 2009, havia sido de 22%.

No primeiro semestre de 2011, foram realizadas 364,2 mil operações de financiamento às MPMEs, com crescimento de 45% em relação ao primeiro semestre de 2010. Somente para as micro e pequenas, o BNDES desembolsou R$ 13 bilhões nos primeiros seis meses do ano – uma alta de 23% na comparação com os mesmos meses do ano anterior.

O desempenho positivo resulta, em grande parte, do Cartão BNDES e do BNDES PSI, que contribuíram para ampliar o acesso ao crédito às empresas de menor porte. Os desembolsos do Cartão BNDES, de R$ 3 bilhões em janeiro/junho último, cresceram 73% em comparação com o primeiro semestre de 2010. As projeções apontam para liberações do Cartão em torno de R$ 7 bilhões em 2011. Somente no primeiro semestre deste ano, o Cartão realizou 223,7 mil operações.


Setores

Os desembolsos do BNDES à indústria e à infraestrutura superaram R$ 100 bilhões nos últimos 12 meses, até junho passado. O PSI também teve papel importante nesse resultado, contribuindo para a diversificação setorial do investimento em máquinas e equipamentos.

Somente em janeiro/junho deste ano, os desembolsos à infraestrutura alcançaram R$ 21,6 bilhões, com 38% de participação sobre o total. À indústria, foram destinados R$ 18,7 bilhões (34% de participação). A agropecuária ficou com R$ 4,9 bilhões (9%), e o setor de comércio e serviços, com R$ 10,4 bilhões (19%). Os setores com maiores crescimentos nos desembolsos até junho foram indústria extrativa, metalurgia, têxtil e vestuário.

As aprovações de financiamentos pelo BNDES, em janeiro/junho último, ficaram em R$ 73,2 bilhões, 15% abaixo do mesmo período do ano passado; já as consultas, de R$ 91 bilhões, recuaram 23%. As quedas devem-se ao grande volume de operações do PSI registrado no ano passado.

Naquele período, houve uma forte antecipação de investimentos, pelo fato de o programa ter, inicialmente, data de vigência até junho de 2010. O PSI foi posteriormente prorrogado até dezembro do mesmo ano, e depois para março de 2011. Mas em todos os períodos que antecederam as prorrogações, cresceram os pedidos de financiamento, porque as empresas concentravam suas solicitações para aproveitar as taxas do programa, mais baixas. Assim, a base de comparação com 2011 ficou elevada. Com o lançamento do Plano Brasil Maior, no início deste mês, a vigência do PSI foi ampliada até o final de 2012.


Fonte:
BNDES

 

15/08/2011 10:24


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