Desembolsos do BNDES atingem R$ 91,8 bilhões até setembro



O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) apresentou nesta segunda-feira (31) o desempenho do banco entre os meses de janeiro e setembro de 2011. Os desembolsos atingiram R$ 91,8 bilhões no período. O valor é resultado de uma moderação já esperada no desempenho do banco. Essa moderação também acompanha o comportamento observado nos indicadores gerais da economia brasileira.

Em relação aos desembolsos no mesmo período do ano passado, de R$ 128 bilhões, houve queda de 28%. No acumulado dos nove primeiros meses de 2010, o desempenho do BNDES foi influenciado pela operação de capitalização da Petrobras, no valor de R$ 24,7 bilhões, realizada em setembro, e por grandes projetos do setor hidrelétrico, no ano passado. Excluindo-se a operação de Petrobras, a queda dos desembolsos nos nove primeiros meses do ano foi de 11,1%.

O período entre janeiro e setembro de 2010 também foi marcado por uma forte atuação do BNDES na concessão de financiamentos ao setor de máquinas e equipamentos, com redução de juros e aceleração na concessão de crédito. Estes fatores contribuíram para elevar a base de comparação em relação a 2011.

Em 2011, foram introduzidas mudanças no Programa de Sustentação do Investimento (PSI), que ocasionaram uma redução de desembolsos, consultas e aprovações do banco neste ano. O programa foi prorrogado em abril último, com taxas de juros mais elevadas. Com isso, os desembolsos do PSI foram de R$ 33,7 bilhões entre janeiro e setembro de 2011, contra R$ 50,9 bilhões no mesmo período do ano passado (queda de 34%).

Frente à crise financeira internacional, o PSI foi criado em julho de 2009 e teve sucesso em manter os investimentos em curso durante um período de escassez de crédito. Além do aumento das taxas do PSI, o BNDES reduziu seu nível de participação nos financiamentos sobre o total dos investimentos, o que da mesma forma contribui para a moderação dos indicadores.

O banco também está atuando em conjunto com o setor financeiro privado para que este amplie sua participação no financiamento de longo prazo. Estas ações devem contribuir em uma estabilização do papel do BNDES sobre a oferta de crédito, e já há sinais de crescimento do peso do mercado de capitais no financiamento ao investimento. O valor das emissões de debêntures e ofertas primárias de ações já atingiu R$ 73,4 bilhões neste ano, um crescimento de 70,1% em relação à cifra do ano passado, de acordo com dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).

Setores

A infraestrutura liderou os desembolsos do BNDES nos primeiros nove meses deste ano. Para este setor, foram destinados R$ 38 bilhões no período, 41% do total liberado pelo banco. Transporte rodoviário (R$ 19,7 bilhões) energia elétrica (R$ 9,7 bilhões) e transporte ferroviário (R$ 1,1 bilhão) foram os destaques no segmento, onde estão listados projetos estruturantes do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O setor da indústria ficou com R$ 28,4 bilhões (participação de 31%), seguida por comércio e serviços (R$ 17,9 bilhões) e pela agropecuária (R$ 7,2 bilhões).

Às micro, pequenas e médias empresas (MPMEs), o BNDES liberou volume recorde de R$ 36,2 bilhões até setembro passado, com alta de 8% na comparação com janeiro/setembro de 2010. Assim, as MPMEs responderam por 39,5% do total de financiamento concedido pelo banco nos primeiros nove meses do ano. Com isso, o BNDES segue em sua estratégia de ampliar o acesso ao crédito às empresas de menor porte.

O banco realizou cerca de 600 mil operações com MPMEs no período, ou 94% do total realizado. O Cartão BNDES, com desembolsos de R$ 5,2 bilhões em janeiro/setembro passado, explica o excelente resultado com as MPMEs.

Fonte:
BNDES



31/10/2011 18:03


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