Destruição de laranjal provoca críticas de parlamentares ao MST



As imagens de um integrante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) usando um trator para destruir um laranjal em uma fazenda da empresa Cutrale, no interior de São Paulo, levaram senadores de vários partidos a condenar nesta terça-feira (6) o que classificaram de "vandalismo", "truculência" e "terrorismo".

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Primeira a reagir em Plenárioao ato, noticiado em telejornais da Rede Globo, a senadora Kátia Abreu (DEM-TO) posicionou-se contra as invasões de terras promovidas pelo MST. Segundo ela, "os produtores rurais estão cansados", não podendo ser responsabilizados pela lentidão do governo em assentar trabalhadores rurais nas áreas disponíveis para reforma agrária.

A parlamentar pelo Tocantins recebeu vários apartes. Referindo-se ao MST, Arthur Virgílio (PSDB-AM) afirmou que "essa organização fora da lei merece ser punida com os rigores da lei". Tasso Jeressaiti (PSDB-CE) elogiou a produtividade da Cutrale, exportadora suco de laranja, e cobrou do governo que não fique omisso em relação ao ataque. José Agripino (DEM-RN) salientou que o agronegócio é o grande responsável pelo superávit na balança comercial do Brasil.

"O setor produtivo tem ser respeitado para continuar gerando renda e oportunidades para reduzir os índices enormes de violência e criminalidade", disse Osmar Dias (PDT-PR), que chamou a derrubada dos pés de laranja de "vandalismo". Na opinião do senador paranaense, "o MST precisa decidir se é um movimento social reivindicatório ou se vai partir para o terrorismo". Gilberto Goellner (DEM-MT) classificou o MST de "movimento anarquista". Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN) pediu "um basta", das autoridades e da sociedade, "às invasões e às ações de violência" dos sem-terra.

No entender de Jefferson Praia (PDT-AM), o movimento "precisa fazer uma auto-avaliação". Já Eduardo Suplicy (PT-SP) defendeu a reforma agrária, mas criticou a atitude do MST na fazenda da Cutrale. "Sempre recomendo ao MST que não realize ações violentas contra pessoas, plantações ou pesquisas agrícolas. Assim como também não se pode, de forma alguma, apoiar quaisquer ações de violência contra trabalhadores rurais". Ele disse ser necessário "insistir no diálogo".

Na mesma linha, o senador Renato Casagrande (PSB-ES) disse que os métodos do MST "não acrescentam nada ao projeto brasileiro de reforma agrária".Valter Pereira (PMDB-MS) declarou-se indignado com as cenas de destruição do laranjal. "Não poderia existir imagem mais deprimente", afirmou. Para Demóstenes Torres (DEM-GO), o Senado não poderia perder a oportunidade de fazer a CPI do MST. E Marisa Serrano (PSDB-MS) condenou a "truculência" do movimento.

Da Redação / Agência Senado



06/10/2009

Agência Senado


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