Diplomatas apóiam posição do governo contrária à guerra



A pedido do presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), senador Eduardo Suplicy (PT-SP), os diplomatas sabatinados na reunião desta quinta-feira (27) manifestaram-se acerca do conflito no Oriente Médio e apoiaram a posição do governo brasileiro de condenar a guerra promovida pelos Estados Unidos e pela Grã-Bretanha contra o Iraque.

Incisivamente, o diplomata Stelio Amarante disse que a guerra é ilegal, destacando que o governo brasileiro se esforçou para evitar o conflito bélico no Iraque. -Receio que a ONU [Organização das Nações Unidas] chegue ao final desse conflito destroçada-, afirmou Amarante, que se disse preocupado ainda com a divisão da União Européia. Para ele, talvez somente um novo governo norte-americano possa vir a reconstruir as relações do país com a Europa e com o mundo.

Na mesma linha, Gilda Guimarães disse acreditar que o mundo passa por um momento de impasse, tendo em vista que a ONU foi ignorada pelos Estados Unidos, desequilibrando as instituições internacionais. Na sua opinião, o grande papel dos países depois de acabado o conflito será o de revitalizar a ONU. -A posição do governo brasileiro foi muito equilibrada e correta. Espero que a ONU possa voltar a desempenhar sua função-, declarou.

O diplomata Antônio Dayrell de Lima avaliou que, no momento em que se fala de conflito de civilizações, o melhor investimento que se faz é na prevenção da guerra, contra os fundamentalismos de toda ordem. No entanto, ele não acredita no esvaziamento do sistema da ONU, por considerá-lo -absolutamente necessário-. -Se é nas mentes que se constroem as guerras, é na cabeça dos homens que devem ser erguidas as bandeiras da paz-, disse Dayrell ao início de sua exposição à CRE.



27/03/2003

Agência Senado


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