Diretor do Operador Nacional do Sistema Elétrico admite falta de linhas de transmissão



O diretor de operações do Operador Nacional do Sistema (ONS), Carlos Ribeiro, reconheceu nesta terça-feira (dia 21) que o país não possui número suficiente de linhas de transmissão para abastecer o mercado, sendo essa uma das principais causas do racionamento. Ribeiro participou do painel Alternativas para a Superação da Crise Energética do seminário internacional A Crise Energética Brasileira, promovido pela Comissão de Serviços de Infra-Estrutura (CI) e a Federação Nacional dos Engenheiros (FNE).

Depois de falar das dificuldades encontradas para a construção de novas hidrelétricas e linhas de transmissão, em virtude de questões ambientais, Carlos Ribeiro lembrou que o Nordeste é a região mais atingida pelo racionamento de energia, já que nos últimos anos as chuvas não foram suficientes para abastecer os reservatórios. Mas garantiu que se o governo não tivesse adotado o racionamento, com redução do consumo em 20%, até o fim deste ano a população nordestina poderia amargar um racionamento que poderia beirar a casa dos 40%.

O presidente da Associação das Empresas Geradoras de Energia (Abrage), Flávio Antônio Neiva, disse que a solução para combater o desequilíbrio entre a oferta e a procura de energia está no crescimento da malha principal de transmissão, de modo a integrar, definitivamente, as chamadas regiões geoelétricas. Segundo ele, se o governo tivesse adotado tal procedimento, o país não estaria enfrentando o racionamento.

Marco Aurélio Palhas de Carvalho, diretor de engenharia da Eletrobrás, pregou a construção e a revitalização de pequenas centrais hidrelétricas, como forma de o país obter mais energia. A energia produzida por essas pequenas hidrelétricas seria adquirida pela própria Eletrobrás. Caberia ao governo, através do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDEs) subsidiar a construção das centrais.

O diretor-executivo da Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Energia Elétrica, Luiz Carlos Guimarães criticou a falta de investimentos no setor elétrico brasileiro e defendeu a total liberação do mercado energético. O presidente das Centrais Geradoras do Sul do Brasil (Gerasul), Manoel Arlindo Zaroni Torres, lembrou que apesar da onda das privatizações, apenas 20% das hidrelétricas brasileiras estão nas mãos da iniciativa privada e 100% das linhas de transmissão pertencem ao governo.

21/08/2001

Agência Senado


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