Diretores do Senado e da Câmara defendem comunicação no serviço público como instrumento de cidadania



Os diretores de Comunicação do Senado Federal e da Câmara dos Deputados, Armando Rollemberg e William França, defenderam nesta quarta-feira (13) a comunicação no serviço público brasileiro como instrumento de cidadania. Com a tecnologia digital, a capacidade de interação com a população e o crescimento da informação com transparência só vão crescer, acreditam.

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Eles ministraram palestras no 6º Congresso Brasileiro de Comunicação no Serviço Público, que será realizado até quinta-feira (14) no auditório Nereu Ramos, na Câmara. Armando, em palestra intitulada Como dar um passo à frente na Comunicação do Serviço Público Brasileiro, ressaltou a importância da TV Brasil Internacional, uma parceria entre a Radiobrás (do Poder Executivo), a TV Câmara, a TV Senado e a TV Justiça. Para ele, o canal dissemina a cultura brasileira e as atividades do Estado sem ser jornalismo "chapa-branca".

O diretor da Secretaria de Comunicação Social do Senado destacou também o crescimento da TV Senado, que terá sinal aberto até o final do ano em Salvador, Recife e Manaus e, em 2007, em Fortaleza e Rio de Janeiro.

A ampliação dos serviços da Rádio e do Jornal e a criação de uma página multimídia na Agência Senado são os próximos passos para um salto de qualidade na produção da comunicação da Casa.

- O parlamento moderno precisa de meios de comunicação transparentes - disse.

Armando destacou ainda a ação da Unilegis (Universidade do Legislativo), que será capaz de transmitir conteúdos de alta qualidade à distância; do DataSenado, para pesquisa e opinião; oprocesso de digitalização dos conteúdos da Casa; e a perspectiva de um crescimento intenso do que pode ser tornar uma Rede Legislativa de TV, a partir da tecnologia digital. Para apressar o trabalho, já existe um processo de unificação de esforços com a Câmara para o aprendizado a respeito dessa nova tecnologia, numa estação especial digital que está em teste.

O diretor da Câmara, William França, que fez Reflexões sobre um novo papel para a Comunicação no Serviço Público brasileiro, afirmou que o objetivo da Comunicação da Casa é mostrar a produção institucional e dos parlamentares à população, de forma transparente, direta e isenta para o cidadão, que é o patrão e o cliente da Comunicação Pública.

- Para nós, a informação é sinônimo de cidadania - ressaltou.

Ele também destacou a produção dos veículos da Casa, da Agência Câmara - ganhadora do Prêmio Ibest - e a criação de uma TV de Cidadania, com interatividade envolvendo as TVs dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. França também mostrou-se favorável à criação de uma Lei da Comunicação Eletrônica de Massa e à regionalização da produção cultural e jornalística.

Executivo

O assessor do Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, Armando Medeiros, listou no painel Como dar um passo a frente na Comunicação do Serviço Público Brasileiro uma série de itens que, a seu ver, são importantes para a profissionalização da Comunicação Pública: a criação de uma carreira de Gestor em Comunicação Pública, a necessidade de assegurar tecnologias e equipamentos de ponta e de investir na formação acadêmica dos profissionais de comunicação. Ele também alertou para o que considera uma estratégia equivocada: a elaboração de mídias diferentes (boletim, site, release, etc), numa produção unilateral, sem ouvir e captar o que o público realmente precisa, sem exercer a interatividade.

Medeiros ressaltou a necessidade de se abrir o debate sobre a publicidade governamental. Em sua opinião, o Estado ser anunciante é complicado para a democracia. Ele afirmou também que a democracia será fortalecida com a aprovação de uma lei que garanta livre acesso à informação pública e quando houver prestação de contas por parte dos governantes à população.

O presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Sérgio Murillo, defendeu a regulamentação do trabalho dos jornalistas e a criação do Conselho Federal de Jornalismo, a exemplo do que existe para advogados e engenheiros, entre outros profissionais. Projeto nesse sentido foi vetado totalmente pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva este ano e Murillo acusou a mídia de "massacrar a Fenaj", por ter sido defensora da proposição.

Já o presidente do Capítulo Brasília da Associação Brasileira das Agências de Comunicação (Abracom), Ronaldo Moura, defendeu mudanças para a contratação de empresas de comunicação que prestem serviços ao Poder Público. Ele disse ser contra as modalidades de sub- contratação, que ferem o princípio da transparência e dão chance à prática de superfaturamento e defendeu a realização de licitações específicas para a área de comunicação.

Ele destacou umaproposta originária de uma sub-relatoria da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Correios - que existiu entre 2005 e 2006 - para definir regras explícitas na contratação de serviços não-publicitários. Moura disse ser prática no serviço público a execução de trabalhos de assessoria de comunicação com contratos guarda-chuva de agências de publicidade, o que considera errado.

- A explicitação e aprovação de novas regras é necessidade premente ligada ao interesse público - avaliou.



13/09/2006

Agência Senado


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