Dirigentes de empresas telefônicas não constataram quebra de sigilo telefônico interno



Nenhum dos dirigentes das empresas TIM, Vivo, Claro, Oi e Brasil Telecom, presentes em audiência pública nesta quarta-feira (19), reconheceu que há prática de venda de sigilo telefônico por parte de criminosos infiltrados em suas respectivas empresas. Todos garantiram estar constantemente aprofundando investigações internas na busca de possíveis falhas em seus sistemas.

A audiência pública foi realizada pelas Comissões de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT) e de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA) com o objetivo de apurar denúncia publicada pelo jornal Folha de São Paulo no dia 14 de setembro último sobre venda de sigilo telefônico por menos de R$ 1 mil.

O diretor de Assuntos Regulatórios da TIM, Paulo Roberto da Costa Lima, afirmou que sua empresa investiu R$ 26 milhões no aperfeiçoamento de um sistema de segurança da rede e que em suas investigações internas nada descobriu que possa justificar a afirmação de que funcionários da TIM possam estar vendendo sigilo telefônico.

- Implantamos mecanismos de controle para identificar os funcionários que entram no sistema. Temos a senha de quem faz e de quando faz o cadastro - afirmou Paulo Roberto, que admitiu, no entanto, que é preciso continuar permanentemente na busca por possíveis falhas.

O diretor de Segurança e Administração de Serviços da Vivo, Getúlio Nery Cardoso, uma das empresas que teve a violação do sigilo telefônico constatada pelo jornal, afirmou que a fraude não partiu dos colaboradores da Vivo, pois qualquer um que entra no sistema tem sua senha e login identificados imediatamente por redes de segurança.

- Talvez essa busca por meio da Polícia Federal seja o caminho para se chegar a esse ponto - afirmou o representante da Vivo.

Também o diretor de Assuntos Regulatórios da Claro, Luiz Otávio Calvo Marcondes, outra empresa que teve o sigilo telefônico fraudado, afirmou nada ter encontrado na investigação interna que conduziu, pois todos os funcionários com acesso à impressão de contas de telefone têm suas respectivas senhas identificadas no momento em que solicitam a cópia.

- Uma possibilidade que chegamos a aventar é a de ter-se colocado a conta na tela e tirado uma foto, sem imprimi-la - sugeriu Luiz Otávio, que garantiu ainda estar procurando por possíveis falhas em seu sistema.

Triângulo

Na opinião do diretor de Planejamento Executivo da OI, João de Deus Pinheiro de Macedo, as empresas de telecomunicações vivem constantemente numa espécie de "Triângulo das Bermudas".

- De um lado temos que assegurar a inviolabilidade do sigilo a terceiros, mas temos que garantir ao consumidor o acesso a seus próprios dados e ainda todos os dispositivos que possibilitem a quebra do sigilo por ordem judicial. Temos que achar um espaço tecnológico entre essas exigências - esclareceu o representante da OI.

Finalmente, o diretor jurídico da Brasil Telecom, Guilherme Henriques, para quem "dizer que não há violação é tolice", garantiu que sua empresa, na tentativa de evitar vazamentos internos, monitora constantemente todos os passos de seus funcionários.

- Trata-se [ a violação do sigilo telefônico] de uma ação criminosa que merece reação de todas as companhias, por meio de responsabilização civil e penal - sugeriu Guilherme.



19/11/2008

Agência Senado


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