Divisão sexual do trabalho e partidos dificultam mulheres na política, diz ministra



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Ao lembrar que a participação feminina na política brasileira continua pequena, a ministra-chefe da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci, apontou dificuldades que vão desde a divisão sexual do trabalho até a resistência dos partidos. Para os homens, observou a ministra, é muito mais fácil participar da política, "inclusive porque eles têm um estafe atrás deles".

– Para a mulher é muito mais difícil. A divisão sexual do trabalho ainda é perversa. Para participarmos da política sem culpa, é preciso um trabalho enorme, entre nós mesmas, do ponto de vista psicológico – ressaltou a ministra, durante seminário que discutiu, nesta quinta-feira (13), a participação parlamentar feminina e a expansão das procuradorias da mulher em estados e municípios.

A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), que desde março está à frente da Procuradoria Especial da Mulher do Senado, também participou do encontro, realizado na Câmara dos Deputados.

Partidos

Outra dificuldade apontada pela ministra está nos partidos que não respeitam a legislação que visa estimular a participação feminina. Uma das exigências legais é que pelo menos 5% do fundo partidário seja aplicado "na criação e manutenção de programas de promoção e difusão da participação política das mulheres". Também se exige a reserva às mulheres pelo menos 10% da propaganda partidária gratuita. Além disso, os partidos deveriam reservar no mínimo 30% de suas candidaturas parlamentares ao sexo feminino.

- Temos de mudar a mentalidade no âmbito dos partidos, das instituições e da sociedade - defendeu a ministra.

Vanessa Grazziotin recordou que a sub-representação feminina existe no país apesar de as mulheres serem a maioria da população e do eleitorado. Mas ela também frisou que hoje o país tem uma mulher na Presidência da República - uma presidente que, em suas palavras, entende a luta das mulheres e promove políticas públicas para elas.

– Assim como afirmou a presidente, não é inteligente a nação que não utiliza a inteligência da mulher – pontuou Vanessa.

Secretária-geral do Senado

Ao reiterar a importância das mulheres, Eleonora Menicucci citou o exemplo da secretária-geral da Mesa do Senado, Claudia Lyra, que também participou do seminário. A ministra recordou ter visto, em várias sessões do Senado, às vezes se prolongando pela madrugada, a secretária-geral ao lado dos últimos presidentes da Casa, auxiliando-os em questões regimentais.

Menicucci disse que a atuação de Claudia Lyra é fundamental para as atividades do Senado e, ao mesmo tempo, "representa a invisibilidade das mulheres no mundo".

Procuradorias da mulher

Também se discutiu, no encontro realizado nesta quinta-feira, a rede de procuradorias da mulher em estados e municípios. Para estimular a expansão dessas procuradorias, a Câmara dos Deputados publicou no ano passado um manual destinado a estados e municípios interessados em criá-las em suas assembleias legislativas e câmaras municipais. O manual inclui a resolução utilizada pela Câmara para instituir sua Procuradoria da Mulher, que pode servir de modelo para outras casas legislativas.

Além de Eleonora Menicucci, Vanessa Grazziotin e Claudia Lyra, estiveram presentes no encontro as senadoras Ana Rita (PT-ES) e Lúcia Vânia (PSDB-GO) e a diretora do Banco Mundial para o Brasil, América Latina e Caribe, Deborah Wetzel.



13/06/2013

Agência Senado


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