Documentos examinados em Cuiabá podem revelar envolvimento de novos parlamentares



Dentro de 24 horas, a Comissão Parlamentar de Inquérito dos Sanguessugas receberá mais documentos, entre os quais vários anexos ao dossiê contra candidatos do PSDB elaborado pelo empresário Luiz Antonio Vedoin para ser vendido a integrantes do PT. Um exame prévio do material feito nesta segunda-feira (9), em Cuiabá, por quatro membros da CPI, apontou a possibilidade da inclusão de novos parlamentares entre os investigados pela comissão, segundo informou, por telefone, daquela capital, a deputada Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM).

Formada ainda pelos deputados Carlos Sampaio (PSDB-SP), Júlio Redecker (PSDB-RS) e Paulo Rubem Santiago (PT-PE), a comitiva reuniu-se separadamente com o delegado da Polícia Federal que preside o inquérito do dossiê, Diógenes Curado Filho, e o juiz federal encarregado do processo contra os "sanguessugas", Jefferson Schneider. Este último autorizou a CPI a ter acesso a toda a documentação mais recente, inclusive o inquérito aberto contra o empresário Abel Pereira, que seria ligado ao ex-ministro Barjas Negri, e sobre o qual pesaria a suspeita de ter funcionado como um receptor de comissões.

A deputada disse que nada se pode afirmar por enquanto sobre indícios contra Negri e os ex-ministros José Serra e Humberto Costa - apenas em relação a parlamentares, cujos nomes ela preferiu não informar. De todo modo, ela acredita que os documentos a serem encaminhados pela Polícia Federal à CPI darão mais elementos para a investigação de fatos ocorridos no governo Fernando Henrique.

- Nossa investigação até agora ficou mais restrita ao período recente por causa da falta de informações de Vedoin - disse a deputada, referindo-se ao sócio-proprietário da Planam, a empresa-líder do esquema, que tem sede em Cuiabá.

Vanessa Graziotin informou que a CPI receberá inclusive cópia do material recolhido pela PF na casa dos acusados da tentativa de compra do dossiê com Vedoin: o advogado Gedimar Pereira Passos; Jorge Lorenzetti, ex-dirigente do Besc; Oswaldo Bargas, ex-assessor da campanha de Lula; Expedito Afonso Veloso, que deixou a diretoria do Banco do Brasil após o escândalo; e o empresário Valdebran Padilha da Silva.

- Uma outra linha importante de investigação é a origem do dinheiro que pagaria o dossiê - disse a deputada.

09/10/2006

Agência Senado


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