Domingo no Memorial é mais uma atração gratuita para o paulistano



Crianças e adultos se divertem com teatro, mímica, ginástica, dança de salão, show de chorinho e exposição de carros antigos

O paulistano ganhou mais uma opção de cultura e entretenimento na cidade. É o Domingo no Memorial, que teve a primeira edição, no dia 25 de novembro, com várias atrações para adultos e crianças, entre 9 e 14 horas. A previsão da diretoria do Memorial da América Latina é realizar o evento num domingo a cada mês. O próximo será em 16 de dezembro.

Mais de 5 mil pessoas compareceram ao Memorial para assistir à exposição de carros, ônibus e motos antigos, mímica e teatro infantil, atração circense, dança de salão, tai-chi-chuan, jogos e brincadeiras, maquiagem de crianças, oficinas de lazer e cultura. No encerramento, um espetáculo de chorinho com o Instrumentrio.

O evento patrocinado pelo Banco Nossa Caixa conta, também, com apoio de fabricantes de doces, sorvetes, empresas de segurança, de balões de festa. Participam, ainda, instituições públicas estaduais – Corpo de Bombeiros, Superintendência do Trabalho Artesanal nas Comunidades (Sutaco) e Sabesp.

O diretor de atividades culturais do Memorial da América Latina, Fernando Calvozo, informa que a idéia é abrir mais o local à comunidade. “Temos um amplo espaço e queremos colocá-lo à disposição para que o cidadão tenha mais uma opção de lazer na cidade”, justifica. Ressalva que a região da Barra Funda, zona oeste da capital, é carente em áreas de entretenimento público. “Até agora, só tínhamos o Parque da Água Branca”.

Gatos e corações

A analista contábil Regina Justino, que foi ao Memorial pela primeira vez com o filho Vinícius, de cinco anos, ficou sabendo do evento por intermédio de sua mãe que ouviu de uma terceira pessoa. O garoto se divertiu com o palhaço que contava histórias por meio de mímica. “Não sabia que aqui era tão grande assim”, surpreendeu-se ela, que mora em Pirituba.

As irmãs Marisa e Deise Morrone Carillo, atrizes e proprietárias de uma produtora de teatro, foram contratadas pela organização para fazer maquiagem infantil. Marisa conta que até as 11 horas já haviam pintado o rosto, braço ou costas de mais de 50 crianças. “Elas gostam mais de desenhos de coração, estrelas e gatos”.

Força em alerta

O Corpo de Bombeiros aproveitou a festa para expor sua unidade ASE 22, de salvamento terrestre e aquático. O veículo é dotado de uma infinidade de equipamentos para resgate de pessoas em situações das mais variadas e trágicas, de enchentes a acidentes. Só não está preparado para combater incêndio, por não dispor de água e mangueira.

Para mostrar a importância da unidade e dos demais serviços dos bombeiros, a corporação enviou ao Memorial três representantes: sargento Paulo César Siboldi, comandante-em-chefe, e os soldados Gregório Valério Júnior e Eduardo Alves Cardoso.

Para fechar o evento com classe, a organização convidou o grupo de chorinho Instrumentrio, que mostrou seus arranjos próprios à base de cordas e percussão para clássicos do choro. Os integrantes interpretaram os mestres Pixinguinha, Jacob do Bandolim, Valdir Azevedo e Cartola. 

Relíquias do passado

Ninguém conseguiu ficar indiferente ao ver os automóveis antigos expostos no amplo espaço do Memorial. Os mais admirados foram o simpático Gordini, da Renault, e os de marcas desconhecidas pelos mais jovens, como Aero Willys, da Willys Overland; Karmann-Ghia, da Volkswagen; e até um robusto automóvel da fábrica Skoda, da República Checa, adquirida depois pela alemã Volkswagen. Não podia faltar também o Fusca, presença indispensável em qualquer exposição do gênero.

O coordenador de vendas José Luiz Ferreira de Souza levou seu Chevrolet Fleetline 1946. O dono garante que tudo no automóvel é original. Algumas peças e acessórios foi buscar nos Estados Unidos – coisas de colecionador. O carro tem duas portas, quatro marchas, incluindo a ré, e alcança até 80 km/hora. “Já viajei ao Paraná com este carro”, afirma. Na ampla garagem de sua casa, no bairro do Tremembé, guarda mais duas raridades: outro Chevrolet, de 1940, e um Ford 1951. 

O mais velho dos automóveis no Memorial era o Ford T 1919. Sua proprietária, no entanto, não foi à exposição. O fordinho é herança de família e passou de uma geração para outra, sempre tratado com carinho. Tem apenas duas marchas mais a ré. Infelizmente, não circula mais porque suas rodas de madeira não suportariam tanto esforço. Foi guinchado até a exposição.

Outro modelo que atraiu as atenções foi a Cremilda, nome dado ao Ford Furgão de 1929. O proprietário, Euclides Rodrigues Coelho, comprou o carrinho em 1981, quando estava entregue à ferrugem, como prova fotografia da época. Foram necessários 15 anos para a Cremilda adquirir sua forma original e a cor verde-azeitona. O autor da façanha é o mecânico e funileiro Alcir Simões Santos. “Trabalhei nas horas vagas e valeu a pena”, lembra com orgulho da obra concluída.

Hoje, o furgão é requisitado para exposições do gênero e virou até astro de televisão, como “personagem” da minissérie Um só Coração, da Rede Globo. Recentemente, Cremilda recebeu oferta para protagonizar outra novela de época. Entretanto, a produção queria pintar o carrinho de branco, para ser ambulância. “Não aceitei”, responde Coelho, categórico.

Além dos carros, havia também algumas motocicletas antigas, como um modelo 1940 da lendária fabricante norte-americana Harley Davidson, o sonho maior de qualquer amante das duas rodas. Seu dono há 11 anos, Valmir de Araújo Souza às vezes vai ao Rio de Janeiro com sua moto a 100 quilômetros por hora. “Acho que é a Harley mais antiga do Brasil”, palpita.

Especial de Natal

Para o próximo Domingo no Memorial, dia 16, o destaque será o Natal, com a chegada de Papai Noel e inauguração de uma árvore natalina de cerca de 10 metros de altura, feita de plástico PET e outros materiais reciclados. Os organizadores prometem surpresas com a presença de Papai Noel.

Calvozo adianta que as atrações que agradaram ao público vão continuar e outras serão acrescentadas. Estão garantidas oficina de dança de rua e de salão, jogos e brincadeiras, tai-chi-chuan, mímica, automóveis antigos, atração musical e presença dos parceiros (Sabesp, Bombeiros e Sutaco).

Na primeira edição do evento, a divulgação foi feita pela imprensa, cartazes distribuídos nos principais centros de cultura da cidade e publicidade no Metrô. Vinte funcionários do Memorial participaram da organização. 

Otávio Nunes

Da Agência Imprensa Oficial

(I.P.)



12/05/2007


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